Professor, magistrado, acadêmico, escritor.
Nasceu em Goiana, (PE) no dia 15 de outubro de 1898, filho do professor e poliglota Francisco Pedro d’ Araújo Filho e de Francelina Barbosa de Araújo
Estudou em Manaus, cursando o primário nos colégios Ateneu Amazonense, Santana Nery e Rayol, e o secundário no Ginásio Amazonense Pedro II e na Escola de Comércio Solon de Lucena.
Formou-se pela Faculdade de Direito do Amazonas (1921), tendo sido orador da turma, estudando mais tarde pedagogia, psicologia e filosofia, inclusive com o professor Myra y Lopez.
Em outubro de 1950, se elegeu deputado federal pelo Amazonas na legenda da Aliança Frente Libertadora, constituída pelo Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Democrata Cristão (PDC), ao qual era filiado. Empossado em 1º de fevereiro de 1951, tornou-se em março de 1954 vice-líder do PDC na Câmara dos Deputados. Concluiu o mandato em 31 de janeiro de 1955, não mais retornando à Câmara.
Durante sua carreira profissional foi promotor de justiça, interino, em Urucará (AM), nomeado em 15 de fevereiro de 1919; promotor efetivo em Boa Vista do Rio Branco, nomeado a 19 de julho do mesmo ano, atual Boa Vista, capital do Estado de Roraima, primeiro suplente de juiz-preparador em São Paulo de Olivença (AM), em 29 de abril de 1922; juiz preparador em Carauari (AM), em 20 de fevereiro de 1924; promotor público da Comarca de Maués, em 14 de abril de 1925 , sendo removido no ano seguinte para Manacapuru; juiz de direito em Moura(AM), então Comarca do Rio Negro, em 8 de março de 1926; juiz em Coari(AM) em 17 de outubro de 1927; e Manacapuru (AM), diretor geral da Instrução Pública(1934) ao tempo da interventoria do capitão Nelson de Mello, procurador geral do Estado, desembargador empossado em 9 de agosto de 1944, e presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas em 1946.
Foi juiz de menores em Manaus, cargo no qual fez escola e tradição; Secretário de Estado da Educação e Cultura, no governo Arthur Reis (1965), presidente do Conselho Estadual de Educação (1964/1967).
Lecionou direito, filosofia, sociologia e pedagogia em diversos colégios em Manaus, inclusive no Seminário São José e na Faculdade de Filosofia. Fundou e dirigiu o Instituto Montessoriano Álvaro Maia, a Escola de Serviço Social do Amazonas, o Laboratório Pedagógico de Cultura Infantil Araújo Filho e a Oficina do Serviço Social do Amazonas e foi membro do Conselho da Comissão de Desenvolvimento do Amazonas – CODEAMA (1965).
Organizou ainda a Cruz Vermelha do Amazonas, o Conselho de Assistência e Proteção aos Menores, a Creche Circulista Menino Jesus, o Instituto Melo Mattos para meninos abandonados, o Instituto Maria Madalena, para meninas abandonadas, a Escola José do Patrocínio, para menores jornaleiros, o Serviço Social de Mães Solteiras, e 72 escolas de alfabetização no interior do Amazonas.
Como jornalista colaborou no “Jornal do Comércio”, na “União Portuguesa”, em “A Reação”, “O Norte”, e nas revistas “Redenção”, “Cabocla”, de “Educação”, “Amazônida”, e ainda nas revistas da Legião Brasileira de Assistência, do Instituto Histórico, de Serviço Social de Manaus, e na Rotary Brasileiro.
Pertenceu a União Brasileira de Escritores, seção do Amazonas, integrando a sua segunda diretoria em 1966, ao Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas do qual foi presidente no período de 1973 e 1974 com mandato até 1976, assumindo posição de completa transformação da entidade, tudo valorizando naquela Casa, e reabrindo suas portas aos jovens e estudantes, sendo substituído por Mário Jorge Couto Lopes, e à Academia Amazonense de Letras, onde sucedeu seu pai, na cadeira patrocinada por Martins Júnior, tendo ainda sido membro e presidente da Sociedade Amazonense de Folclore e da Comissão Nacional de Folclore.
Integrou ainda a Associação Americana de Escolas de Trabalho Social, a Universidade de Porto Rico, a Associação Internacional de Juiz de Menores, da Hungria, a “the American Academy of Political and Social Sciense”, da Filadélfia e da Columbia, o Instituto Humanista de Paris, a União Católica Internacional do Serviço Social, de Bruxelas.
Religioso estremado, integrou a Ordem Terceira de São Francisco, em Manaus, pertenceu à Legião de Maria e vivenciou intensamente a paróquia de São Sebastião.
Casou-se com Milburges Bezerra de Araújo, com quem teve seis filhos: Regina Coelli Araújo de Carvalho que foi casada com o jornalista Afonso Liberato de Carvalho, Rita de Cássia de Araújo Calderaro, professora e empresária, foi casada com o jornalista Umberto Calderaro Filho, fundador da Rede Calderaro de Comunicação; Aristócles Platão, médico e Conselheiro aposentado do Tribunal de Contas dos Municípios, casado com a professora Virgínia Mello de Araújo; Thereza de Araújo Cabral, casada com o dr Silvério Nery Cabral, juiz federal; Marco Aurélio, advogado, procurador e Conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado, casado com a professora Maria Amélia de Mello Araújo e João Bosco, professor e psicólogo, casado com a professora Elza Ramos de Araújo.
Escreveu: Proteção à Infância e a Juventude de Hoje (1940); Organização de Assistência Social e Serviço Social do Amazonas (1948); Discurso como orador da Turma de bacharéis em Direito (1921); Pedagogia social de combate ao alcoolismo (1936); A função Docente do Estado Novo (1938); Guia para Comissários do Juizado de Menores (1936); Nova Organização da Justiça de Menores(1938); O Preventório como Meio de Assistência Social (1939); A Ociosidade e o Furto na Predelinquência de Menores (1939); A prol da Infância (1944); Sentido Social do Preventório (1947) Bases Sociais da Pedagogia Curativa (1951); Ensaio de Teologia Política para Transformação do Mundo (1952); Introdução a Sociologia da Amazônia (1956); Estudos de Antropologia e Pedagogia Sociais (1966); Predelinquência Infantil em Manaus (1966); Um capítulo da Vida de Francisco Pedro de Araújo Filho; Sociologia de Manaus, aspectos de sua aculturação (1973).
Condecorações: Cruz de Bronze da Cruz Vermelha Brasileira, medalha D. Pedro II, do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (1973), Medalha Plácido de Castro, Ministério da Educação.
Na imprensa foram muitos os seus artigos, e deles podemos listar: A Criança Não Vidente, 1948, Diagnóstico e Tratamento Pedagógico de Crianças Frenastenicas, 1948, A Semana da Criança, 1948, O século da criança, 1948, Pio XI, Revista de Educação, 1939, Proteção à Infância e à Juventude de Hoje;1940 Organização de Assistência Social e Serviço Social do Amazonas, 1948; Discurso como Orador da turma de bacharéis em Direito, 1921; Pedagogia social de combate ao alcoolismo, 1936; A função Docente do Estado Novo,1938; Guia para Comissários do Juizado de Menores,1936; Nova Organização da Justiça de Menores1938; O Preventório como Meio de Assistência Social, 1939; A Ociosidade e o Furto na Predelinquência de Menores,1939; O Sentido Social do Preventório,1947; Serviço Social, 1942; A prol da Infância,1944; Estudos de Sociologia,1947; Bases Sociais da Pedagogia Curativa,1951; Ensaio de Teologia Política para Transformação do Mundo,1952; Introdução à Sociologia da Amazônia,1956; Estudos de Antropologia e Pedagogia Sociais,1966; Predelinquência Infantil em Manaus,1966; Um Capítulo da Vida de Francisco Pedro de Araújo Filho; Sociologia de Manaus – aspectos de sua aculturação, 1973
Ocupou a Poltrona n.º 5, tendo como patrono Martins Júnior e de que foi fundador seu pai, Francisco Pedro de Araújo Filho, ocupada por
Na Academia foi 2º secretário sob a presidência de Adriano Jorge em período de 1946-1947, sendo depois eleito vice-presidente quando da morte de João Leda. Integrou a diretoria sob a presidência de Pericles Moraes já no mandato de 1951-1956 e em seguida, sob o comando do mesmo presidente, exerceu o cargo de Secretário Geral, na eleição de 8 de maio de 1956. Foi vice-presidente durante o período da administração Salignac e Souza.
Foi presidente da Academia eleito em 12 de janeiro de 1974, dela afastando-se em 14 de junho do mesmo em razão de estado de saúde, transferindo o cargo, formalmente, através de uma carta publicada na revista da instituição, ao vice-presidente Genesino Braga.
Sob sua presidência procedeu-se a reforma do estatuto em 12 de janeiro de 1974, alterando a composição da diretoria.
Eu o vi manso, solidário, amigo, mestre pelos gestos e pelo trabalho, construindo o amanhã, carregado de sonhos, transformando, cultivando, criando, de tudo fazendo para servir.
Sua vida e sua obra não permitem adjetivos. Mostrar a sua trajetória luminar, em tons biográficos mais tradicionais, para que o caminho por ele trilhado seja conhecido pelos que chegaram depois, é como abrir os olhos da vida sobre a história.
A respeito de André Araújo, o autor escreveu artigo especial já publicado pela Academia Amazonense de Letras, na Coleção Pensamento Amazônico, na série que leva o nome de André Araújo, inclusive tratando da criação da Escola de Serviço Social.
Faleceu em Manaus, em 11 de março de 1975.
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