Coronel. Assumiu o governo da capitania de São José do Rio Negro em 9 de fevereiro de 1788, nomeado por Decreto de 26 de agosto de 1786. Foi membro da Comissão de Limites e Comandante do Forte de São Gabriel. Pelas suas qualidades gosava de inteira confiança do General Pereira Caldas e do Rei de Portugal. Era consdierado pessoa idônea para governar a Capitania.
No posto demostrou grande qualidade de administrador e estadista.Em sua administração tratou da agricultura e da exploração das riquezas vegetais; introduziu a criação do gado vacum nos campos naturais do Rio Branco; criou fábrica de tecidos grossos no Lugar da Barra, atual cidade de Manaus. No sítio da Ribeira, próximo a Ilha de São Vicente, (foz do Igarapé Cachoeira Grande, no Lugar da Barra mandou construir um estaleiro para a fabricação de igarités e montarias para o serviço das explorações fluviais do Governo. “Homem de visão, Lobo d`Almada enxergava e sabia resolver todos os entraves ao progresso da Capitania. Barcellos, no centro do rio Negro, distante do Pará, longe das demais vilas e povoados dos rios Madeira e Solimões, o que dificultava o cumprimento das ordens expedidas, não lhe parecia o sítio onde devia parmanecer a Capital. Já o Ouvidor Ribeiro de Sampaio e o naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira se tinham manifestado combatendo a continuação da sede da Capital alli. Pereira Caldas em carta a metrópoles, pronunciou-se contrário a Barcellos, sob alegações políticas e militares, lembrando a boca do rio Negro como o local onde assentar-se a nova séde do Governo. Escudado nessas razões, embora sem autorização, Lobo d`Almada transferiu a sede da capitania em 1791 para o Lugar da Barra, que lhe parecia magnífico pela situação topográphica e salubridade”.
Instalada a nova Capital, o Governador cuidou de dar-lhe o progresso peculiar.Concluiu a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, reformando-a inteiramente; edificou prédios para os serviços públicos inclusive o chamado palácio do governo, construido à Praça da Trincheira, onde está hoje localizada a Casa das Máquinas da antiga “Manáos Harbour”; o quartel da Guarnição e a Enfermaria Militar de São Vicente, que serviu mais tarde de quartel ao Grupamento de Elementos de Fronteira (GEF), à Companhia Especial de Transporte do Exército, a Portobras, à Administração das Hidrovias da Amazônia Ocidental, onde se eprepara para instalar-se o Comando Naval.
Cresceu a sua fama de grande administrador, que despertou inveja e desconfiança do Governador do Grão-Pará, D. Francisco de Souza Coutinho. Esse, valendo-se do prestígio que gosava na Côrte, onde seu irmão era Ministro do Rei, levantou infâmias contra o titular da administração da Capitania de São José do Rio Negro.
A Côrte acreditou nas imputações caluniosas do Governador paraense, e por Aviso de 17 de julho de 1797, recomendou a Lobo d`Almada que não comprometesse a Fazenda Real nem se locupletasse à custa do carg. Tal determinação se constituiu no maior insulto a quem somente olhava o bem estar geral e o aumento das rendas públicas. A seguir veio a Ordem Régia de 2 de agosto de 1798, determinando o translado da capital da Capitania de volta para Barcelos. Regressando à velha Mariuá, o estadista não resistiu as contrariedades. Nem a promoção ao posto de brigadeiro com que a Metrópole o distinguiu pôde restituir-lhe o ânimo.
Faleceu a 27 de outubro de 1899, sendo sepultado na matriz de Barcelos.