Nasceu na Bahia em 27 de abril de 1756. Filho de Manoel Rodrigues Ferreira. Naturalista, historiador, pesquisador e cientista, foi especialmente etnógrafo e geógrafo. Estudou em Coimbra e partiu de Lisboa com a Expedição Filosófica em 1 de setembro de 1783, chegando a Belém do Pará em outubro do mesmo ano. Alcançou o Lugar da Barra em fevereiro de 1785, seguindo para Barcelos e culminando por chegar ao Forte de Marabitanas em 13 de novembro de 1785. Pode ser considerado o pioneiro da ampla divulgação do potencial de riquezas do rio Negro, regressando pelo rio Madeira. Pelos serviços prestados mereceu a insígnia do Hábito de Cristo (1794) e a nomeação para o cargo de Oficial da Secretaria da Marinha do Brasil, sendo depois diretor do Real Gabinete e do Jardim Botânico da Ajuda . Vários estudiosos têm se debruçado sobre sua obra como Glória Fontes e Alfredo da Matta.
Faleceu em Lisboa aos 59 anos de idade, em 23 de abril de 1815.
Arquivo do Dicionário Blake (1º vol.)
O Humboldt brasileiro, como era apelidado, nasceu na cidade da Bahia a 27 de abril de 1756, sendo seu pai Manoel Rodrigues Ferreira, e faleceu em Lisboa a 23 de abril de 1815.
Destinado por seus pais para o estado clerical, preparou-se para isto e tomou ordens menores em sua provincia, seguindo, com quatroze anos de idade, para Portugal, afim de maior instrução receber, matriculou-se no curso jurídico da universidade de Coimbra em outubro é de 1770; porém obrigado a suspender seus estudos por causa da reforma da universidade em 1771, depois da reforma, sentido mais vocação para as ciências naturais, matriculou-se no curso de filosofia, e o seguiu com aplicação tal, qeu dois anos antes de o concluir era demonstrador de história natural, e obteve no fim do mesmo ano o laurel do prêmio acadêmico com o grau de doutor, e o oferecimento de uma cadeira na faculdade.
No empenho que tinha o governo de conhecer as riquezasm ainda em muito grande parte desconhecidas do Brasil, procurando um homem com as precisas habilitações para isto, foi o doutor Alexandre Ferreira o designado pela congregação da faculdade para essa honrosa comissão, em que gastou cerca de dez anos, percorrendo, estudando, e escrevendo sobre o que achava de notavel nos sertões desde o Pará até Mato Grosso, e fazendo destes lugares diversas remessas à côrte, com grandes sacrificios pecuniarios, de produtos naturais, acompanhadas de minuciosas descrições que deles fazia.
Antes de sair de Portugal para esta comissão, ocupou-se o doutor Alexandre Ferreira com o exame da mina de carvão de pedra de Buarcos, com a descrição dos produtos naturais do real museu da rua da Ajuda, com experiências de física e de química, determinadas pelo governo, com a publicação de escritos importantes e a composição de outros que se perdem; e em seu regresso na cidade de Belém, capital do Pará, onde casou-se, serviu de vogal nas juntas de fazenda e de justiça.
De volta a Portugal foi nomeado oficial da secretaria de estado dos negócios da marinha e dos domínios ultramarinos, em 1793; mas um ano depois passou deste lugar para o de diretor do real gabinete de história natural, jardim botânico e seus anexos; e mais tarde foi ainda nomeado por dona Maria I administrador das reais quintas e deputado da junta do comércio, se ocupando nas folgas de seus afazeres em aperfeiçoar e dar melhor ordem e redação aos precisos escritos, que levara do Brasil como fruto de suas investigações e estudos no novo continente americano, afim de dá-los á publicidade.
Tinha, porém, trazido dalí o germen a doença que, começando por uma profunda melancolia, deu-lhe cabo da existencia de dar ao prelo suas obras.
Alexandre era cavaleiro da ordem de Christo.
Quanto a seus escritos, constam eles da Notícia dos escritos do doutor Alexandre Rodrigues Ferreira, fielmente extraída do inventário de seus papeis que por ordem do Visconde de Santarém foram entregues a Felix de Avellar Brotero a 5 de julho de 1815, como papeis concernentes á sua viagem filosofica pelo Brasil, divididos os mesmos escritos em três classes: a primeira das obras pertencentes á mencionada viagem; a segunda de obras diversas, e a última das que não continham as iniciais do nome do autor. São:
I
– Prospecto da cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará. 52 pags. de fol.
– Miscelânea histórica para servir de explicação ao prospecto da cidade do Pará. 1784, 77 fols.
– Estado presente da agricultura do Pará em 1784 – Foi apresentado a sua excelencia o senhor Martinho de Souza de Albuquerque, governador e capitão general do Estado.
– Notícia histórica da ilha de Joannes ou Marajó, escrita em 1783, 34 fols.
– Memória sobre a marinha interior do Estado do Grão Pará. 1787. 170 pags. de fol. – Foi particularmente oferecida ao ministro e secretario de estado dos negócio da marinha Martinho de Mello e Castro.
– Extrato do diário da viagem filosofica pelo estado do Grão Pará em 1787. 53 pags. de fol.
– Memória sobre os engenhos de branquear o arroz no Estado do Pará. 10 pags. in-4º.
– Miscelânea de observações filosóficas no Estado do Pará em 1784. 19 pags. in-8º
– Diário da viagem pela capitania de São José do Rio Negro com informação do estado presente dos estabelecimentos portugueses na sobredita capitania. 140 pags. de fol. – Esta obra, de que deixou outra cópia, foi depois consideravelmente augmentada, formando um manuscrito de 544 pags. e fol. – A.
– Participação geral do Rio Negro e seu território, extrato do diário da viagem filosófica pela dita capitania de 1775 a 1786. 226 pags. de fol.
– Diário do Rio Branco. 27 pags. – in-4º – Foi escrito em 1786.
– Tratado histórico do Rio Branco. 58 pags. in-4º, 1786.
– Relação circunstanciada do Rio Madeira e seu território desde a sua foz até sua primeira cachoeira chamada de Santo Antonio, feita nos anos de 1787 a 1789. 101 pags. de fol.
– Suplemento ao diário do Rio Madeira. 16 pags. de fol.
– Suplemento á memória dos rios de Mato-Grosso – 14 pags. in-4º.
– Prospecto filosófico e político da serra de S. Vicente e seus estabelecimentos. 1790. 44 pags. de fol.
– Enfermidadas endemicas da capitania de Mato Grosso. 110 pags. de fol. – Esta obra me parece que é a que foi publicada ultimamente no Progresso Médico com o título de
– Memória sobre as febres da capitania de Mato Grosso – Vem no tomo 3º, pags. 65, 91, 115 e seguintes.
– Viagem à gruta das Onças em 1790. 16 pags. de fol. – O conselheiro A. de M. V. de Drumond possuiu e ofereceu ao instituto histórico o manuscrito desta obra a 19 de Abril de 1848. “Dou apreço a esta viagem – diz o conselheiro Drumond – não só pelo interesse que ela inspira quando notícia esses prodigios da natureza que tanto abundam no Brasil, mas porque o seu autor (nome caro aos brasileiros) modestamente conta nela de passagem um dos muitos sofrimentos, que durante sua peregrinação pelo interior do Pará e Mato Grosso teve em sua saúde”. Saiu impressa na revista do mesmo instituto, tomo 12º, pags. 87 e seguintes.
– Catalogo da verdadeira posiçcão dos lugares abaixo declarados pertencentes as capitanias do Pará e Mato Grosso. 12 pags. de fol.
– Notícia da voluntária redução de paz e amizade da feroz nação dos gentios Muras nos anos de 1785 e 1786. 105 pags. de fol. – Saíram publicadas estas notícias, que contém uma série de documentos, na revista do instituto, tomo 36º, 1873, parte 1ª, pags 323 e seguintes.
– Memória sobre os gentios Muras – (que voluntariamente desceram para as povoações dos rios Negro, Solimões, Amazonas e Madeira). 12 pags. de fol. 1787.
– Memória sobre os gentios Uerequenas, que habitam nos rios Içana e Ixié (os quais desaguam na margm da parte ocidental superior do rio Negro). 11 pags. de fol.
– Memória sobre os gentios Caripunas, que habitam na margem ocidental do Rio Yatapú, o qual desagua na margem oriental do rio Uatumâa. 1787. 4 pags. de fol.
– Memória sobre os gentios Cambebas que habitavam as margens e ilhas da parte superior do rio Solimões. 1787, 14 pags. de fol.
– Memória sobre os gentios Mauhâs, habitadores do rio Cumary e seus confluentes. 1787. 3 pags. de fol. – Esta memória, assim como muitas outras em que o autor faz descrições de índios, ou de objetos de seu uso como a de mascaras, foi remetida ao real gabinete de história natural com o competente desenho.
– Memória sobre os gentios da nação Miranha, uma das mais populosas que habita a margem septentironal do rio Solimões, entre os dois rios Ipurá e Icá. 1788. 2 pags. de fol.
– Memória sobre os índios hespanhos desertados da província de Santa Cruz de la Sierra. 1787. 6 pags. de fol.
– Memória sobre os gentios Yucurús. 1791. 12 pags. de fol.
– Memória sobre uma das gentias da nação Catauixi, habitante do rio Purus. 1788. 4 pags. de fol.
– Memória sobre os instrumentos de que usa o gentio para tomar tabaco Paricá. 1786. 4 pags. de fol.
– Memória sobre a louça que fazem as índias do Grão-Pará. 1787. 2 pags. de fol.
– Memória sobre as cuias que fazem as índias de Monte Alegre e Santerém. 1786. 7 pags. de fol.
– Memória sobre as mascaras e forças que fazem para seus bailes os gentios Yuruppyxunas. 1787. 15 pags. de fol.
– Memória sobre as selvas de palhinha pintada que fazem as índias da villa de Santarém. 1786. 2 pags. de fol.
– Memória sobre as malocas dos gentios Curutús, situados no rio Apaporis. 1787. 4 pags. de fol.
– Relação das cinco remessas dos produtos naturais do Pará, que remeteu a Lisboa. 5 pags. de fol.
– Mapa geral de todos os produtos naturais e indústrias que remeteu do rio Negro.
– Relação das oito remessas dos produtos naturais que remeteu do rio Negro a Lisboa. 160 pags. de fol. – Deixou outra cópia, talvez com mudanças, de 208 pags.
– Relação circunstanciada das amostras de ouro que remeteu para o gabinete de história natural. 50 pags. de fol.
– Observações gerais e particulares sobre a classe dos mamaes, observados nos territorios dos três rios Amazonas, Negro e Madeira. 1790. 387 pags. de fol.
– Relação dos animais silvestres que habitam nas matas de todos o sertão do Grão-Pará – Estão divididos em três partes: primeira, ds que se apresentam nas mesas por melhores; segunda, dos que os índios em geral e alguns brancos comem quando andam em diligência pelo sertão; terceira dos que se não comem.
– Memória sobre as tartarugas. 11 pags. de fol.
– Memória sobre as tartarugas Yurará-retes. 1786. 9 pags. de fol.
– Memória sobre as tartarugas Mata-mata. 3 pags. in-4º
– Descrição da mesma tartaruga. 1784. 6 pags. in-4º
– Memória sobre o uso que dão ao peixe boi, sobre este peixe e outros objetos. 1786. 39 pags. de fol.
– Memória sobre o peixe Pirarucú. 1787. 8 pags. de fol.
– Descrição do peixe Arananã. 1787. 2 pags. de fol.
– Relação das amostras de algumas qualidades de madeiras das margens do rio Negro. 30 pags. de fol. 1788.
– Diário sobre as observações feitas nas plantas, que se recolherram no rio Branco. 12 pags. de fol.
– Diário sobre as observações feitas nas plantas, que se recolheram no rio Madeira. 36 pags. de fol.
– Memória sobre as palmeiras. 11 pags. de fol.
– Coleção das experiências de tinturaria, que se fizeram nas viagem de expedição filosofica pelo rio Negro, com doze amostras de tinta em lã.
– Relação dos preparos necessários da expediçào filosofica que executou, os quais pediu em 1786. 36 pags. de fol.
– Papeis avulsos de memórias e escritos pertencentes á viagem, etc. 1840 pags. de fol. e 428 pags. in-4º.
II
– Oração latina por ocasião dos anos do sereníssimo senhor Dom José, princípe do Brasil, feite em 1779.
– Fala ue fez para recitar no dia da posse do excelentíssimo senhor general do Pará Martinho de Souza e Albuquerque e bispo dom frei Caetano Brandão.
– Fala ue fez na noite de 19 de setembro de 1784 ao despedri-se do excelentíssimo senhor Martinho de Souza e Albuquerque. 3 pags. de fol.
– Fala que fez na tarde de 2 de março de 1785 ao ilustríssimo e excelentíssimo senhor João Pereira Caldas, quando entrou a visitá-lo na Vila de Barcelos. 4 pags. de fol.
– Fala que fez ao mesmo dia 4 de agosto de 1785, dia em que fazia anos. 4 pags. de fol.
– Propriedade e posse das terras do Cabo do Norte pela corôa de Portugal em 1792. 47 pags. de fol. – Foi publicada com o título:
– Propriedade e posse das terras do Cabo do Norte pela corôa de Portugal, deduzida dos anais históricos do Estao do Maranhão, de documentos por onde se acham dispersas as suas provas. 1792 – Saiu no tomo 3º da Revista do instituto histórico, pags. 389 a 421.
– Propriedade de Portugal das terras cedidas aos fraceses na margem boreal do rio Amazonas. 1802. 9 pags. de fol.
– Memória ou parecer sobre a plantação dos olivais nas terras que na vila de Coruche tinha Joaquim Rodrigues Botelho – Desta obra há notícia no caderno da memórias particulares do doutor Alexandre Ferreira, do ano de 1783.
– Memória sobre as matas de Portugal, dividida em três partes e lida na acadêmia real das ciências no ano de 1780. 82 pags. in-4º
– Abuso de Conchyliologia em Lisboa etc. 1781. 86 pags. inº-4 – Foi também lida na acadêmia real das ciências.
– Descrição de uma planta desconhecida pelo cirurgião-mór do regimento de Alcantara. 41 pags. in.4º – Diz o autor da Notícia destes escritos, que supões ser esta obra que assim vem anunciada no inventário dos papeis do doutor Alexandre Ferreira, a mesma ue no seu caderno de memóris particulares foi designada com o título de:
– Exame de planta medicinal, ue como nova aplica e vende o licenciado Antônio Francisco da Costa, cirurgião-mór do regimento de cavalaria de Alcantara – A primeira foi lida na acadêmia real das ciências.
– Observações dos efeitos que tem obrado as pilulas desenerassantes e de que era autor este mesmo cirurgião-mór do regimento de Alcantara – Este escrito não vem assinado pelo doutor Alexandre Ferreira.
– Relação dos animais guadrupedes, aves, peixes, vermes, anfíbios, frutos etc. que se comem. 69 pags. de fol. Esta obra se acha incompleta.
– Descrição do Raconete em 1795. 4 pags. de fol.
– Descrição do macaco Simia-mormon. 1801. 6 pags.
– Memórias para a história particular da marinha portuguesa, apanhadas da história geral de reino e conquistas. 26 pags. de fol. – É incompleta esta obra.
– Notícia em forma de carta dos trabalhos que a classe filosofica de universidade de Coimbra itnha executado, etc. 20 pags. in-4º.
III
– Roteiro das viagens da cidade do Pará até ás últimas colônias dos domínios portugueses em os rios Amazonas e Negro. 112 pags. de fol.
– Memória de alguns sucessos do Pará. 20 pags. de fol.
– Notícia da fundação do convento de Nossa Senhora das Mercês da cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, extraída do arquivo do dito convento em 1784. 43 pags. de fol.
– Notícia dos mais terriveis contagios de bexiga, que têm havido no Estado do Pará do ano de 1720 em diante. 4 pgas. de fol.
– Instruções que regulam o método por que os diretores das povoações de índios do Estado do Grão-Pará se devem conduzir no modo de fazer as sementeiras. 7 pags. de fol.
– Memória sobre a lavoura do Macapá. 3 pags. de fol.
– Lembrança das fazendas de gado vaccum, que se acham estabelecidas nas costas do Amazonas. 5 pags. de fol.
– Individual notícia do Rio Branco. 6 pags. de fol.
– Diário da viagem feita no rio Dimiti no ano de 1785. 4 pags. de fol.
– Notícia da nação Joioana a que chamam hoje Iacaca. 2 pags. de fol.
– Roteiro da viagem de Mato Grosso. 3 pags. de fol.
– Reflexões abreviadas dos principais motivos que obstraram ao maior e desejado progresso da lavoura e comércio do Estado do Grão-Pará. 14 pags. de fol.
– Breve instrução sobre o método de recolher e transportar algumas produções, que se acham no sertão e costas do mar. 21 pags. in-4º.
– Suplemento sobre a guerra ordenada contra as nações de índios que infestam a capitânia do Piauí. 19 pags. de fol.
– Relação dos nomes das madeiras próprias para a construção de embarcações, móveis e outros destinos, que se têm descoberto no Estado do Pará. 6 pags. de fol.
– Memória sobre uma porção de cabo formado de casca do Guambecina. 10 pags. de fol.
– Observações sobre a cultura e fabrico do urucú. 5 pagas. de fol.
– Instruções para extraír o anil. 3 pags. de fol.
– Relação de todos os pássaros e bichos do Estado do Grão-Pará que se remeteram as quintas reais pelo excelentíssimo senhor João Pereira Caldas. 1763 a 1779. 19 pags. de fol.
– Relação das madeiras do Estado do Pará, de que foram mostras á secretaria de estado da marinha, remetidas pelo governador e capitão general João Pereira Caldas.
– Memória sobre o anil do Pará e Rio Negro. 11 pags. de fol.
– Virtudes, preparação e uso da raiz de caninana nas enfermidades veneras, tanto recente, como crônicas. 4 pags. de fol.
– Memória sobre o alicorne do mar. 10 pags. in-4º
– Memória a respeito dos Muharas e algumas coisas mais a outro fim. 24 pags. de fol.
– Nota sobre a linha reta, mandada tirar desde a foz do rio Jaurú até o de Sarare, segundo o art. 10 do tratado de limites. 4 pags. de fol.
– Memória sobre o lenho de quassia, extraída das dissertações de Linnêo. 23 pagas. in-4º
– Descrição sobre a cultura do canhamo, sua colheita, maceração na água até se por no estado de ser gramado, ripado, e assedado. 15 pags. de fol.
– Nomes vulgares de algumas plantas do Rio de Janeiro, reduzidas aos triviais do sistema de Linnêo e da flora fluminense. 26 pags. de fol. – Incompleto.
– Diretoria que sua Majestade manda observar no seu real jardim botânico, museu, laboratório, químico, casa de desenho, etc. 10 pags. de fol.
O conselheiro Manel Maria da Costa e Silva, encarregado pela academia real das ciências de examinar e ordenar os trabalhos concernentes á viagem do doutor Alexandre Ferreira, cujos manuscritos se achavam no arquivo do real jardim botânico, dos papeis e livros ali designados, como peças desta viagem achou vinte e dois maços e seis volumes de desenhos e plantas, e mais um maço, contendo só desenhos e plantas. Os vinte e dois maços ele reduziu a oito, sendo:
1º Parte descritiva do Pará.
2º Dita do rio Negro com seus respectivos apendices.
3º Dita do rio Branco.
4º Dita do rio Madeira.
5º Dita de Mato Grosso.
6º Memórias diversas sobre gentios.
7º Memórias diversas de zoologia.
8º Memórias e apontamentos sobre objetos botânicos.
“A publicação dos trabalhos do doutor Alexandre, – diz o conselheiro Costa e Silva nesta ocasião – por todos os lados por onde os queiramos considerar, é do maior interesse científico, e para o Império do Brasil, ainda a este une outros muito importantes, econômica e politicamente considerados”.
Além do que ficou mencionado na relação já vista escreveu o doutor Alexandre Rodrigues Ferreira, e consta do catalogo da biblioteca nacional da corte o seguinte:
– Memória sobre o Oyapok – que foi publicada pelo instituto histórico em 1843, a qual foi anexa á carta geografica da costa do norte do Brasil, de que foram enviados ao mesmo instituto, a pedido seu, quinhentos exemplares por ordem do ministro da guerra, o conselheiro José Clemente Pereira.
– Viagem à gruta do Inferno – 2 fl. Manuscrito que fez parte da exposição de história pátria de 1881.
– Descrição da gruta do Inferno no morro da nova Coimbra sobre o Paraguai pelo doutor Alexandre Rodrigues Ferreira, encarregado por sua majestade fidelíssima da expedição filosofica e natural nas capitanias do Pará, Mato Grosso e Cuiabá. Ano de 1781, 4 fls. – Cópia contemporânea. Saiu na revista mencionada, tomo 4º, 1842, e também no Ostensor Brasileiro, tomo 1º, 1845-1846. – Idem.
– Grão-Pará. Confluentes do Amazonas pela sua margem boreal, cortando da foz do Araguari para cima. 8 fls. sem numeração – Idem.
– Rio Guaporé. 5 fls. sem numeração – Idem.
– Memórias para em seus lugares se inserirem, quando se ordenar o Tit. das Antiguidades do rio Madeira. 13 fls. – Idem.
– Descrição de vários rios (Beny, Mamoré, itunamas e Baure). 2 fls. – Idem.
– Mapa de todos os moradores, brancos, índios e pretos escravos, existentes na vila capital de Barcelos em 31 de outubro de 1786. Original de 4 fls. – Idem.
– População do povo de Albuquerque aos 17 de abril de 1791. Original escrito pelo autor – Idem.
– Inventário geral e particular de todos os produtos naturais e artificais, livros, instrumentos, utensis e móveis pertencentes ao real gabinete de história natural, jardim botânico e suas casas anexas, como são: gabinete da biblioteca, casa de desenho, dita do laboratório, dita das preparações e armazém de reserva, etc. – Original com a assinatura do autor na follha do rosto e no fim, de 113 fls. Nesta obra se encontram notícias circunstanciadas de vários produtos naturais e artificiais do Brasil e sobretudo do Pará, e de todos os objetos que possuia em 1794 o real museu da Ajuda em Lisboa.
– Memória sobre os jacarés do Estado do Grão-Pará – Original.
– Memória sobre as cascas de paus que se apicaram para curtir couros – Idem.
– Memória sobre o isqueiro ou caixa de guardar a isca para o fogo, a qual foi remetida no caixão n. 7 da primeira remessa do Rio Negro, 1786 – Idem.
– Memória sobre as salinas do Cunha, contendo notícia das minas de sal do Jaurú – Idem.
Alguns destes escritos deixaram de vir mencionados na relação dada, ou por serem deslocados da coleção, ou por virem compreendidos talvez no grosso volume de Papeis avulsos, de memórias, escritos, etc., constante de 1.840 folhas, e de mais 428 páginas in-4º.
Há algumas cartas e plantas levantadas pelo doutor A. Rodrigues Ferreria, como:
– Porção do Rio Negro e Amazonas entre as duas vilas de Barcelos e Obidos, segundo a antiga carta do Estado – Foi exibido o autografo na exposição de história pátria por dona Antonia R. de Carvalho.
ARQUIVO NOVO PARA CONFERÊNCIA
Alexandre R. Ferreira – Ver Revista Redenção, 25.04.1931
Morreu em 23.04.1815.