Partia de Manaus em 10 de maio de 1852 um expedição composta de duas canoas tripuladas por 12 índios e 12 soldados sob o comando de um cabo de esquadra, confiada ao prático Serafim da Silva Salgado, nomeado a 5 do mesmo mês pelo Presidente João Baptista de Figueiredo Tenreiro Aranha. A expedição destinava-se a exploração do rio Purus e a descoberta de uma ligação através das campanhas desse grande rio com o Madeira, acima do encachoeirado desta última, com o propósito de estabelecer melhor comunicação com a Província de Mato Grosso e os Povoados da Bolívia. Subiu o caudaloso rio até a região habitada pelos índios Cucamas. Esses selvícolas viviam exclusivamente das suas plantações de aipim e banana. Não foi possível prosseguir a penetração porque segundo afirma o próprio Silva Salgado, no relatório que apresentou ao Presidente da Província, a partir daquele local, o “rio era tão estreito e tão obstruido, que não dava passagem, nem mesmo à pequenas canoas”. Com o mesmo propósito de estabelecer a desejada expedição desta vez confiada ao prático Manuel Urbano da Encarnação. Subindo o rio, alcançou o Ituxi onde viviam os índios Paname que se dedicavam ao plantio da mandioca e a fabricação de pano. Ainda desta vez a tão almejada ligação não foi encontrada. O mesmo Manoel Urbano, a encontrou, depois de subir o Purus e o Mucuim, por 16 dias de viagem neste último, fim dos quais, deixou-o para prosseguir por terra, alcançando ao cabo de três dias e meio de viagem o Salto Teotônico, no rio Madeira. Enfim, estava descoberta a cobiçada ligação.
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