Natural do Pará, bacharel pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. 1914 – 17 de Abril, Professor interino de Direito Público e Constitucional.
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Nasceu em Óbidos, no Pará, em 1885. Foi jornalista, dramaturgo, funcionário público. Fundador da Academia Amazonense de Letras, em 1918. Escreveu para os jornais A Imprensa, Diário do Amazonas e diversas revistas em Manaus; O País, Diário Carioca, Diário de Notíciais, Diário da Noite, Jornal do Comercio, Gazeta de Noticías, O Dia, A Rua, Jornal do Povo, e foi redator do Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro; Correio Paulistano e Gazeta, de São Paulo; em Santos, colaborou em O Diário e em Belém, na Folha do Norte e no Imparcial. Formado em direito, iniciou o bacharelado em Salvador, concluindo-o no Rio de Janeiro.
Foi ainda professor, promotor de justiça, juiz municipal e juiz de direito em Manaus, oficial de gabinete do governo, diretor da Biblioteca Pública do Amazonas diretor da Penitenciária, procurador fiscal do Amazonas, secretário da Prefeitura de Manaus, escrivão federal no Amazonas, delegado geral do recenseamento em 1920.
Embora tendo vivido muitos anos no Rio de Janeiro, foi a Manaus que dedicou muito do seu trabalho, atenção e amizades largas.
No Rio de Janeiro foi membro da Comissão de Teatro Nacional e diretor do curso de Teatro do Ministério da Educação, ao tempo do Ministro Gustavo Capanema.
Dentre outros trabalhos escreveu: “ Esse Jorge de Lima” , em 1932, que é um perfil literário daquele escritor; e os textos para teatro, “A revolta do ídolo”, 1919, – intenso episódio dramático – , “O Carrasco”, 1922, “O homem que marcha”, 1925, “Boa Noite”, 1931, “Quem ri, afinal ? “1932, “Babilônia”, 1933, “O amor e a morte”, 1933, “Venenos”, 1938, além de uma alta comédia que deixou inédita, “Dom Juan, ou 6 autores e um personagem”.
Também ganhou prestígio pelo trabalho “Para melhor fama da Lei de Imprensa – Como a interpretam os Juízes “, em 1925.
Foi a peça “O Homem que Marcha” que mereceu prêmio da Academia Brasileira de Letras em 1925, reconhecida por um júri que reunia Coelho Neto, Cláudio de Souza, A . de Athayde, enfrentando a antipatia de Carlos de Laet e Osório Duque Estrada. Este texto foi lido no Teatro Amazonas em 1928 do que é registro histórico uma placa que integra o acervo do museu do imponente templo de arte do Brasil.
Foi principalmente jornalista e um homem de teatro.
Faleceu no Rio de Janeiro em 9 de janeiro de 1948.
ARQUIVO NOVO PARA CONFERÊNCIA
B. Lima – JC, 13.04.48.
Benjamin Lima recebeu em 1907 – 1:800$000 no item “subvenção a estudantes” e mais J. Mendonça Lima (?) Olimpio Menezes.
Cronologia de Benjamin Lima
1885 – 27.11 – Nascimento em Óbidos, no Pará
1908 – fevereiro – Participa do 1º congresso Internacional de Estudantes Americanos, em Montevidéu, como representante da Faculdade de Direito da Bahia. (Rio)?
1919 – transfere-se para o Rio
1920 – É nomeado Delegado Regional do Recenseamento do Amazonas, em Manaus
1919 – Pública a “Revolta do Ídolo” (episódio dramático)
1922 – Sua peça “O Carrasco” é apresentada
1925 – O Homem que marcha
1931 – Boa noite
1932 – Quem ri afinal?
1933 – Babilônia
1933 – O Amor e a Morte
1938 – Venenos
1937 – Organizada a Comissão de Teatro Nacional, do MEC, da qual foi Diretor do Curso de Teatro.
1908 – agosto – Cursava o 3º ano de Direito no Rio
1910 – Formou-se em Direito (?)
1910 – Retorna a Manaus e é nomeado Prof. interino de História da Civilização do Ginásio Amazonense
1910 – Fica noivo, em Manaus, de Cacilda Mello, filha de Lourenço Nicolau de Mello e D. Felicidade Augusta Roberto de Mello.
Ano do casamento.
1911 – Viajaria (o casal) à França, a tratamento de saúde, consultando-se com o Dr. Babeiski
1923 – Tem o seu trabalho elogiado na Delegacia do Recenseamento na “Introdução ao Relatório Geral”, vol. I, p. 501 v. do M. Bulhões de Carvalho.
1925 – Com a peça, o Homem que Marca, concorre ao Premio na ABL, com mais 12. o Júri: Coelho Neto, Cláudio de Souza, A. Austregésilo, Carlos de Laet e o Duque Estrada impugnaram o Parecer. Retorna a Comissão. Vence no plenário por voto.
1924 – 1ª edição da peça o Homem que marcha, Rio.
1925 – O Homem que rir
1926 – 2ª edição, Rio.
1936 – O Martírio de D. Juan ou 6 autores perseguido em personagem
1948 – Venenos, edição da SBÃO, Rio
1918 – Publica, em Mao, na Rev. Cá e Lá, “Capucho da Musa Moderna” (crítica)
Olavo Bilac – Temp. Público, Manaus (c)
1933 – Esse Jorge de Lima, ed. Adersen, Rio (c)
1939 – O Heroísmo da ironia em Machado de Assis – Fed. dos Acad. de Letras do Brasil, Rio. (c)
1949 – Teatro de B. ______ (com as 3)
G. Editora Amora, Rio.
1926 – Passa férias em Manaus
1928 – Passa férias em Manaus quando fez a ______ da peça O Homem que marcha em —/—
1938 – Agosto vem a Manaus, homenageado na AAL, falou Adriano, Leopoldo,
09.01.1948 – Falecimento no Rio. Enterrado no Cemitério S. J. Batista.
1912 – 12.12 – Nascimento de seu filho – Carlos, em Manaus.
1926 – 18.11 – Parece final da Comissão da ABL (réplica)
votação plenária na ABL. O substitutivo Carlos de Lant, é aprovado por 12 a 7. Na votação final de 10 a 9.
1924 – 24.9 – Leitura da peça pelo autor na secretaria do Palácio – Teatro, O Homem que marcha.
1924 – 15.11 – Previsão da 1ª apresentação do O Homem que marcha, no Rio no T. Municipal.
1925 – 01.03 – 1ª apresentação no Teatro Lírica, Rio.
1918 – 01.01 – Fundação da Sociedade Amazonense de Homens de Letras,na sua casa, à rua de M. Coutinho, depois dos herdeiros da família Gualter Marques Batista.
Casa nº 390, no salão nobre da Biblioteca (superior) a 29.03.1920, no mesmo local virou AAL.
1918 – 17 de janeiro – Aclamação de BL por presidida pelo Gov. Péricles falou Bacellar na ALE. Inauguração da ASAHL às 12 horas (____) falando J. Lindoso.
1968 – 1 janeiro – Inauguração de placa alusiva na fachada do prédio.
Ocupara poltrona de Machado de Assis, depois de nº 9, com F. Valois e Francisco Pereira da Silva. (1898-1958)
10 de abril – 1948 – Eleição de Felix Volois Coelho para suceder B.L. junto com Salignac e Anstophano.
03 de julho – Posse de Felix, recebido por Leda.
Ver “A Imprensa”, Mao, Diário do Amazonas (1910…)
1958 – Eleição de F. Penna da Silva, junto com Ramayana e Henoch Reis.
1960 – 16.02 – Posse de Pereirinha, às 20:30 hs. no AAL. Saudado por A. Maviguier de Castro transmitida pela Rádio Baré, sob a presidência da Salignac.
Atual ocupante. Homero M. Leão, sob a presidência de M. Y. Monteiro.
Em 1909, afastou-se da cadeira de História Universal e do Brasil, do Ginásio, o Prof. Goetz Galvão de Carvalho, sendo substituído pelo “lente em disponibilidade” Israel Freire da Silva (Cônego).
Relatório da Diretoria de Estatística, Biblioteca, Arquivo Público e Numismática, de 30.05.1912. Rel., A. C. R. B. – 335 / ———– 1912, de 10.07.1912, ____.
A Escola Municipal de Comercio, Lei 578, 26.11.1909 (Agnello) fundada a 26.02, 1º diretor foi Arthur C. M. de Araújo com 42 alunos e 26 ouvintes regulamento da por Dec. nº 2 de 19.02.1910 funcionando na Assoc. das Emp. n Comercio.
O Regulamento diferente á do Dec., nº 9 de 28.12.1910. A 21.02.1916, pela Portaria 164, teve licença médica de 90 dias (art. 1º, letra a, Lei 780 de 09.03.1914), na condição de Prof. de História da Escola Municipal de Comércio. (Prof. efetivo), sendo substituído por Chevalier, empossado a 21.3. Era Diretor o prof. José da Costa Monteiro Tapajós.
Ensinou (1911) Geografia e História, ao lado de Dr. Rodrigo Costa, Carlos E. _____; Agnello, Coriolano Demand.
Licença para T. saúde. (Port. 148 de 22.02.1911.
Março de 1912 – Assume a Diretoria da Biblioteca, sucedendo a Bento Aranha e sendo sucedido por Heitor Beltrão (jan. 1913) até out. de 1914, quando nova organização (Lei 761, 07.10.1914) Chevalier na BP é J. Duarte Sobrinho no Arquivo, Biblioteca e Imprensa.
Falou Péricles a AAL homenageara Renato _____ em 06.08.38 data da inauguração do Guarany com o filme “A carga da Brigada Ligeira”
B. Lima fez em 10.08.38, conf, na ACA, 16 hs. “O sentido humano do salário-mínimo”.
B. Lima – Um exemplo de curiosidade nobre.
O J., Mao. 07.07.38, ano VIII, nº 2395. (sobre a excursão
05 – 23.07.38 – Veio em visita oficial, comunicado por telegrama de Gustavo Capanema a Álvaro.
“Havendo incumbido o sr. Benj. L., redator do JB de realizar um inquérito sobre a questão da falta de casas, de espetáculos no norte do país, muito estimarei quando V. Exa. receber esse distinto escritor, trocando idéias com o mesmo sobre as providencias que se fazem necessárias para o estimulo e defesa do teatro nessa região. Cordiais cumprimentos”.
Veio no paquete Almirante Jaceguay que veio em cruzeiro turístico com ________ do ______ Club.
A Selva fez edição especial a Adriano, set-38, com artigos de A. Maia, Araújo Lima, W. Pedrosa, Pedro Severiano Nunes.
André apresentou o nome do Felix. 24.01.48
O Jornal, 11 de janeiro de 1948
Nº 7104
Faleceu, no Rio, o escritor Benjamin Lima _______ na noite passada, em sua residência, em Copacabana, o escritor Benjamin Lima, que durante muitos anos residiu no Amazonas.
O extinto era irmão do falecido Dr. Araújo Lima, que foi prefeito Municipal de Manaus.
Benjamin Lima
O Jornal 25 de janeiro de 1948 – nº 7116
Anísio Jobim
O Brasil perdeu com a morte desse escritor um dos seus grandes valores mentais. E a Academia Amazonense de Letras um dos seus antigos sócios, cujo merecimento se afere pelo prestígio que desfrutava nas letras nacionais, e pela sua ação eficiente no jornalismo brasileiro.
Apesar de haver transferido para o Rio de Janeiro, faz alguns anos, Benjamim Lima continuava, com Raul Azevedo, a ser, na metrópole do país, junto à Federação das Academias Brasileiras, o representante da nossa Companhia, em brilhante carreira literária.
Sentido necessidade de horizonte mais largo para as suas aptidões e as exigências de seu talento emigrou para o sul da Republica com a certeza de vencer. E assim foi.
Dispondo de recursos econômicos limitados mas dotado de pujante mentalidade, tornava-se preciso agir, devotar-se ao trabalho com afinco.
Entrou na imprensa, insinuou-se nos círculos jornalísticos, onde a concorrência é enorme e o triunfo não se pode supor tenha sido fácil.
O nosso coestaduano, porém, contava a seu favor atributos que se não encontram facilmente, e asseguram o êxito aqueles que lutam para se firmarem uma sólida reputação literária.
Benjamim Lima era digno irmão desse eminente espírito que se chamou José Francisco de Araújo Lima, médico, professor e sociólogo, que escreveu um dos maiores livros que se encontrar na bibliografia Amazônica.
Defendeu nobremente com a sua pura e a sua alma de esteta, medido e ponderado, a terra e o homem, dos ataques e defeitos que lhe atribuíram certos falsos e apressados observadores. Até contra o gênio de Euclides da Cunha, na defesa do clima, teve Araújo Lima uma atitude que o nobilita, opondo-lhe algumas restrições.
Benjamin Lima tinha outros objetivos, se traçou rumo diferente. Era publicista, crítico e jornalista.
O irmão ficara em Manaus, ele deixava o Amazonas para lá fora, na Metrópole do país, elevar a fama do Estado, na glória das letras.
Vemo-lo sempre referir-se à grande terra nortina com entusiasmo e beleza, nos artigos e conceitos, como também aos seus homens e ao seu nível intelectual.
Benjamin Lima
“Do noticiarismo como fator da criminalidade e do suicídio”.
Proteção… para o teatro
Rev. da Federação das Academias de Letras, nº 3, fls. 3/6, Rio, 1938 – fev.
Poetisa do Amazonas (sobre Violeta Branca)
Rev. Federação das Academias de Letras, Rio, nº I, fls. 131/135.
Posse da Diretoria da Federação JB, Rio , 14.01.33
Rev. ano II, fev. 38, nº 3.
Pelo Amazonas
Anais do Congresso de Cultura Literária no Brasil, Rio, 1436 (fls. 187/190)
Do noticiarismo como fator da criminalidade e do suicídio.
(Rio, nov., 1907)
archivos, Ulmanaos, nº 2, 1912.
A humildade que exalta
Anais do Congresso das Academias
Rio, 1936; fls. 243/244 e JB, Rio, 08.05.1936.
Crônicas cariocas
JB, Rio, 09.05.36 e Anais fls. 247/248.
Justiça Literária
JB, Rio, 15.05.1936
Anais, fls. 249/252
Fatos e nomes (sobre Péricles Moraes)
Rev. da AAL, nº 6, agos. 1956 fls. 31/32
O gênio de Araújo Filho através do ensaio de Péricles Moraes
Rev. da AAL, ano L, dez. 1970, nº 15, fls. 94, 98 e JB., Rio, 02.01.1932.
Faleceu em um sábado, no RJ. Paraense, Diretor da Bib. Arquivo e Imp. Pública. Morava em Copacabana. Principalmente cronista. No cemitério falou Álvaro Ramayana pela AAL, Guerra Fontes pelo “Jornal do Brasil”. Ver crônica JC, Mão, 13.01.48.
Benjamin Lima veio a Manaus, em julho de 38 para ordem do Ministro Gustavo Capanema por redentor do “JB” para _________ sobre casas de falta espetáculos no paquete “Almirante Jaceguai”.
Navio turista que teve programação especial da PMM.
Em 38 a AAL homenagearia Renato Vicena – Teatrólogo.
Benjamin Lima – Um exemplo de curiosidade nobre o Jornal 07.07.38, ano VIII, nº 2395.
27 de novembro de 1885 – Óbidos, Pará.
Advogado, jornalista, teatrólogo, viveu intensamente para a imprensa e a crítica. Tendo iniciado seus estudos jurídicos na Bahia, foi termina-los no Rio de Janeiro. Escreveu para os jornais O País e Jornal do Brasil, Gazeta de São Paulo, O Amazonas; Diário Carioca, Diário do Amazonas, A Imprensa, Diário da Bahia. Escreveu no Rio, ainda para o Diário de Notícias, Diário do Norte, a partir de 1919, escreveu ainda para O Jornal do Comércio, A Rua, O Dia, Gazeta de Notícias, Jornal do Povo, Correio Paulistano e a Gazeta (SP), O Diário, de Santos, A Folha do Norte e o Imparcial, em Belém.
Foi professor de História Natural do Ginásio Amazonense Pedro II, Promotor de Justiça, Juiz Municipal, e de Direito na Comarca de Manaus, Oficial de Gabinete do Governador, Diretor da Biblioteca Pública do Amazonas, Diretor da Penitenciaria Central do Estado, Procurador Fiscal do Amazonas, Secretario da Prefeitura de Manaus, Escrivão Federal do Amazonas, Professor de História e Economia Política da Escola de Comércio de Manaus, Delegado Geral do Recenseamento de 1920 no Amazonas, nembro da Comissão Nacional de Teatro (Rio), Diretor do Curso de Teatro mantido pelo MEC/SNT.
Publicou: A Revolta do Ídolo (episódio dramático), em 1919, Esse Jorge Lima, (ensaio de crítica), em 1932, é autor das peças: O Carrasco, de 1922, O Homem que Marcha, de 1925, Boa Noite, de 1931, Quem ri, afinal?, de 1932, Babilônia, de 1933, O Amor e a Morte, 1933, Venenos…, em 1938, Dom Juan ou seis autores (inédito) perseguindo um personagem. Publicou ainda “Olavo Bilac”, crítica, em 1919. devemos destacar ainda, de uma coletânea editada sob o patrocínio da Federação das Academias de Letras do Brasil, em 1939, o artigo O Heroísmo da Ironia em Machado de Assis, no centenário de Machado de Assis.
Foi ainda professor da Faculdade de Direito na Cadeira de Filosofia do Direito.
Do artigos na imprensa, podemos destacar: Um juiz de menores, Fatos e Nomes, Um Laconismo que promete, Para melhor fama da Lei de Imprensa, e especialmente Os Funerais do Júri…
Reabilitação de uma roça
Amazonas, ano 1, nº 18, março 1928.
Um laconismo que promete
Diário Carioca, Rio, 18.10.1933.
Os fermerais do Júri
Gazeta de São Paulo, SP
“Essa Nega Fulo”
Rev. AAL, ano LV, dez. 1974, nº 16, 196/201
Nasceu em Óbidos, 27.11.1885, filho de João Francisco de Araújo Lima e Maria Amélia Mendonça de Araújo Lima. Menino, veio para Manaus, iniciou o curso de Direito em Salvador e formou-se no Rio. Representou a Faculdade, como estudante no 1º Congresso Internacional de Estudantes, em Montivideu, em 1908. dirigiu a revista “Ad luceur” e escreveu no “Diário da Bahia”. Escreveu no Diário do Amazonas, Manaus.
1919 – Rio, onde escreve.
Foi Promotor de Justiça, Juiz Municipal e Juiz de Direito de Manaus, Diretor da Biblioteca Pública, Oficial de Gabinete.
A 1ª apresentação da sua peça O Homem que Marcha, foi a 01.03.1925 no Theatro Lýrico, do Rio, pela Cia Portuguesa, Alves da Cunha, Bertha Bivar. Foi premiado pelo Município do Rio, para o Centenário, no Teatro S. Pedro. O Homem que Marcha foi levado em Madrid.
Benjamin Lima
É o mais genuíno florão da nobreza intelectual amazônica. Os livros de seus triunfos devem-os à metrópole, é certo, foram conquistados com energia, sacrifício e serenidade, em escaladas penosas e torturantes, rompendo os assédios da mediocridade e do despeito, no turbilhão da cidade tentacular.
Péricles – p. 110, _______ e Águas Fortes, Liv. Clássica, Mao, 1935. ca de B. L.
Homero, foi recebido a 18 por Mendonça de Souza, sob a presidência do _____.
Benjamin Lima veio a Manaus, em julho de 38 para ordem do Ministro Gustavo Capanema por redentor do “JB” para _________ sobre casas de falta espetáculos no paquete “Almirante Jaceguai”.
Navio turista que teve programação especial da PMM.
Benjamin Lima – Um exemplo de curiosidade nobre o Jornal 07.07.38, ano VIII, nº 2395.
Benjamin Franklin de Araújo Lima nasceu em Óbidos, no Pará, em 1885. foi jornalista, dramaturgo, funcionário público. Fundador da Academia Amazonense de Letras, em 1918. Escreveu para os jornais A Imprensa, Diário do Amazonas e diversas revistas em Manaus; O País, Diário Carioca, Diário de Notícias, Diário da Noite, Jornal do Comércio, Gazeta de Notícias, O Dia, A Rua, Jornal do Povo, e foi redator do Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro; Correio Paulistano e Gazeta, de São Paulo; em Santos, colaborou em O Diário e em Belém, na Folha do Norte e no Imparcial. Formado em Direito, iniciou o bacharelado em Salvador, concluindo-o no Rio de Janeiro.
Foi ainda professor, promotor de justiça, juiz municipal e juiz de direito em Manaus, oficial de gabinete do governo, diretor da Biblioteca Pública do Amazonas diretor da Penitenciária, procurador fiscal do Amazonas, secretário da Prefeitura de Manaus, escrivão federal do Amazonas, delegado geral do recenseamento em 1920.
Embora tendo vivido muitos anos no Rio, foi a Manaus que dedicou muito do seu trabalho, atenção e amizades largas.
No Rio de Janeiro foi membro da Comissão de Teatro Nacional e diretor do curso de Teatro do Ministério da Educação, ao tempo do Ministro Gustavo Capanema.
Dentre outros trabalhos escreveu: “Esse Jorge de Lima”, em 1932, que é um perfil literário daquele escritor; e os textos para teatro, “A revolta do ídolo”, 1919, intenso episódio dramático, “O Carrasco”, 1922, “O homem que marcha”, 1925, “Boa Noite”, 1931, “Quem ri, afinal?” 1932, “Babilônia”, 1933, “O amor e a morte”, 1933, “Venenos”, 1938, além de uma alta comédia que deixou inédita, “Dom Juan, ou 6 autores e um personagem”.
Também ganhou prestígio pelo trabalho “Para melhor fama da Lei de Imprensa – Como a interpretam os Juízes”, em 1925.
Foi a peça “O Homem que Marcha” que mereceu prêmio da Academia Brasileira de Letras em 1925, de um júri que reunia Coelho Neto, Cláudio de Souza, A de Athayde, enfrentando a antipatia de Carlos de Laet e Osório Duque Estrada. Este texto foi lido no Teatro Amazonas em 1928.
Foi principalmente jornalista e um homem de teatro.
Faleceu no Rio de Janeiro em 9 de janeiro de 1948.
Robério Braga.
BENJAMIN LIMA, MEU AVÔ
ANA AMÉLIA BITTENCOURT VIEIRA
No aposento amplo, de janelões que davam para mangueiras generosas, na Pompeu Loureiro, 41, em Copacabana, a garotinha de quatro anos penetrava, quase sempre à mesma hora, sem se dar conta de que havia uma rotina prévia emorosamente planejada em torno daquele sexagenário, ancião que possuía a alegria de uma criança e era capaz de transmitir encantamento e magia a um quarto de doente. Nele, a garotinha brincava, pulava e fazia de cavalo a barriga do avô. Sua risada ecoava sonoramente pelo quarto e inesquecivelmente na cabeça da criança. Era com tristeza que chegava a hora de sair dali, às instancias das tias acompanhando a refeição do almoço, trazido pelo mais fiel dos seres humanos, a nossa Cecilinha, negra nascido no Ayapuá, em terras do Purus, como quase toda a família da avó. As noites, a criança se lembra vagamente de alguns amigos na sala do casarão dos avós, bandeja de copos de guaraná sendo servidos, e da avó Cacilda, ao piano, tocando valsas e chorinhos antigos.
Depois o vazio. Há um tempo sem tempo na cabeça da menina que vai se fazendo adolescente e moça. E enquanto o ritmo da vida vai transformando a todos, aquela primeira imagem, que é uma presença constante e que tempo nenhum apagará, vai tomando corpo através dos anos: primeiro como jornalista que, acuado pela crise econômica, chefe de família, pai de quatro filhos é obrigado a deixar Manaus e tentar melhores dias num centro mais adiantado. O Rio de Janeiro torna-se a meta e, na cidade grande, o brasileiro dos confins da Amazônia brilhará nas letras e no jornalismo, projetando, como poucos, a região, fazendo ver que esta, embora isolada e distante, produz valores capazes de falar por ela mesma defendendo-a ao denunciar a política de esquecimento que a União mantinha em relação a ela, exaltando-a nas suas potencialidades. O homem da região, o ribeirinho esquecido pelos poderes públicos, não o foi por Benjamin Lima, que várias vezes, na imprensa, clamou por ele lembrando inclusive a sua importância, como verdadeiro conhecedor dos fenômenos do mundo amazônico. Depois do jornalista, avulta o homem de teatro, que embora tenha produzido peças no modelo europeu, sem inovar, teve grande importância como incentivador de teatro brasileiro. Por proposta dele, que impressionou o então Ministro da Educação Gustavo Capanema foi criado o Curso Prático de Teatro do qual foi o primeiro diretor. Vivenciando o teatro, transmitiu a muitos jovens, como aos seus descendentes também o amor pela arte dramática.
Mais tarde, já adolescente descobri que meu avô, ao chegar ao Rio de Janeiro, já havia sido, em Manaus, Juiz de Direito, Professor de História Universal no Ginásio Amazonense e de Economia Política na Escola de Comércio, além de Diretor da Biblioteca Pública e da Penitenciária e, em 1 de janeiro de 1918, um dos fundadores da Academia Amazonense de Letras.
Os dados biográficos são frios, importantes no levantamento cultural das épocas e das regiões. Mas a eles devem ser somados o conhecimento da obra e da personalidade daqueles que mais marcaram a vida cultural da região a que se prenderam. Como nesta, neste momento em que comemora o centenário de seu nascimento, sinto a necessidade de deixar um depoimento sobre o meu avô, lembrando não só o jurisconcultor, o homem de letras e de teatro, o jornalista e o professor (pois os seus biógrafos estão tratando das múltiplas facetas do seu trabalho) mas o homem que, em meio à doença e à vida modesta, agigantou-se como defensor da Amazônia e da cultura em geral. E com a família ampliada, com o nascimento da quinta filha, carioca, faz de sua casa “um foco de cultura a que acorriam expoentes da literatura em geral”, como nos diz o Professor Agnello Bittencourt, também meu avô e seu grande amigo, no “Dicionário Amazonense de Biografias”.
Sua alegria de viver sempre foi exaltada pelos filhos e amigos como admirável pela lição que transmitia a todos que o cercavam. Ao finalizar o artigo “Em Abono do Bacharel e do Caboclo” diz Benjamin Lima: “Foi só em abono do caboclo da Amazônia e do bacharel do Brasil que pensei escrever este artigo – duas vítimas, perenemente, da maledicência nacional. acabei, porém, com grande alegria íntima, envolvendo no mesmo louvor a arte de sorrir, mais propícia, muita vez, que a tristeza, a respeitabilidade e a sisudez, ao perfeito evoluir das almas heróicas”.
Eu e Maria Ruth, minha prima, por sermos as netas mais velhas, tivermos o privilégio do seu convívio. Os outros, que se seguiram, não tiveram a ventura de sentir diretamente a sua magia, a sua alegria e de ouvir as suas risadas que ainda reboam em nossa saudade.
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