NA ACADEMIA AMAZONENSE DE LETRAS.
Ao ensejo das comemorações culturais do 1º Centenário de nascimento do paraense, José Francisco de ARAÚJO LIMA, busco oferecer com este trabalho na imprensa, modesta contribuição à constituição de uma completa biobliografia do inovidável médico, administrador público e Acadêmico, fundador que foi da Academia Amazonense de Letras na poltrona Francisco de Castro hoje ocupada pelo Leôncio Salignac e Souza, quando o homenageado patrocina a cadeira ocupada pelo ex-governador José Lindoso.
Médico formado pela Faculdade do Rio de Janeiro, farmacêutico pela Faculdade da Bahia, especializou-se em Medicina Tropical, na Universidade de Paris e em Microbiologia no Instituto Pasteur da capital francesa, foi aluno e depois Professor Catedrático do Ginásio Amazonense, em História Natural, tendo sido também Inspetor do Ensino, Diretor Geral da Instrução Pública ( ), atual Secretário de Educação e Cultura, membro do Conselho de Instrução do Estado (1910), Prefeito Municipal de Manaus ( ) e Deputado Federal do Amazonas no período de 3 de maio de 1930 até o fechamento das casas legislativas pela Revolução getulista em 23 de outubro do mesmo ano.
Foi membro ativo da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Amazonas, nas Comissões de Redação da Revista e de Ciências Médicas, e foi, ao lado de Waldemar Pedrosa, um dos defensores da Campanha contra o alcoolismo.
Como professor da Universidade Livre de Manaus, lecionou História Natural Médica, Psicologia Geral, interinamente no Curso de Odontologia; e Moléstia das plantas, Mineralogia e Microbiologia (fermentos e fermentação), no Curso de Agronomia, História Natural no Curso de Farmácia e do Curso de Ciências e Letras, sendo também examinador destas matérias. (1913/1914)
Seu mais importante trabalho publicado, premiado pela Academia Brasileira de Letras, assim considerado por críticos, escritores e estudiosos da Amazônia, em especial, é “A Amazônia, A Terra e o Homem”, lançado inicialmente pela Editora Alba, do Rio de Janeiro, em 1933, e depois pela Coleção Brasiliana, vol. 104, com prefácio de Alceu Amoroso Lima, sendo, até os dias atuais, uma das mais importantes, senão a maior, sobre nossa região, no seu campo de estudo. Aliás, é neste sentido que nossa contribuição teve origem: informar sobre uma bibliografia do escritor, colocada em ordem cronológica, sem, contudo entendermos estar completa. Assim temos:
· À margem das páginas de crítica científica do Dr. Pedro Valladares. Revista Arquivos da Universidade Livre de Manaus, ano IV, nº 1, jan/mar, 1914
· Aula inaugural no curso de microbiologia, da Universidade de Manaus
· Capacidade de testar – uma questão de psiquiatria forense. Tip. Velho Lino, Manaus, 24.10.1920. (Perícia póstuma)
· A situação econômica do Amazonas, especialmente em face das pretensões americanas. Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 1923.
· A correspondência do problema alimentar e do problema econômico, no seio das populações rurais do Amazonas. Revista Redempção, Manaus, nº 1, nov. 1924.
· O despovoamento do Amazonas em face do problema imigratório. Revista Redempção, Manaus, ano 1, nº 11, jul. 1926.
· Discurso ao Dr. Washington Luis, Revista Redempção, Manaus, número especial, agosto, 1926.
· Ângelo Guido, sumo interprete da cor amazônica. Revista Redempção, Manaus, julho, 1927 e Revista Amazonida, ano 3, nº 38, dezembro, 1929.
· Destruir um mal e fomentar uma riqueza. Amazonida, Manaus, ano 3, nº 36, outubro, 1929.
· Ford, Amazonida, Manaus, ano 1, nº 16, jan. 1928.
· O reino das naíades. Equador, Manaus, fls. 31/47, 1929.
· Só a educação transforma os povos. Rio de Janeiro, 1933. (Depoimento para a Academia Brasileira de Letras)
· Discurso, na entrega da sede própria da AAL. Revista da Academia Amazonense de Letras, fevereiro, 1935.
· Saúde e população da região do Gurupi. Rio de Janeiro, 1939.
· Ruy Barbosa em sua época. Conferência na Federação das Academias de Letras do Brasil, Rio de Janeiro, em 5 de novembro de 1942, publicada na Revista da Federação, fls. 11/57, RJ, 1944.
· A exploração amazônica. Revista Brasileira de Geografia, Rio, jul/set, 1943, nº 3.
· O rio amazonas. Observador econômico e financeiro, Rio, 1943.
Convém destacamos também, a Tese que defendeu no Ginásio Amazonense, sob o tema: “Dos Culicídeos – Breve introdução a um estudo de entomologia local”, Manaus, em 1905, e de modo especial, que a antiga SPVEA – Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia, que teve sob sua direção o historiador Arthur Reis, transformada depois em SUDAM, reconhecendo os altos méritos do homenageado, instituiu uma série de publicações valiosas, de artigos, estudos e conferências, intitulada “Coleção Araújo Lima”.
Nesta coleção, feita sob a coordenação de Clovis Barbosa, podemos encontrar trabalhos importantes, da lavra de, dentre outros, Cosme Ferreira Filho, Samuel Benchimol, Socratas Bonfim, Agnello Bittencourt, Péricles Moraes, Abguar Bastos, Alberto Rangel, José Veríssimo, Flexa Ribeiro, Raimundo Moraes, Huascar de Figueiredo.
Relatório sobre a instrução primária no interior do Amazonas, 1910.
A Questão do Ensino Primário.
Apresentada ao 2º Congresso Brasileiro de Instrução, em Belo Horizonte, Imprensa Pública, Belo Horizonte, setembro, 1912.
Plano geral do ensino público. Manaus, 1918.
Ensaio de tratamento da gonococia por injeções intramuscular de pagamento de potássio.
Amazonas médico, 2ª fase, Manaus, ano II, nº 8, 1919.
Há em seu antecessor – Francisco d’Araújo Lima, que foi Juiz de Direito na Comarca de Santarém em 1855.
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