Op.. 526 A Reis)
“A porção da barreira onde estão situadas a matriz e ambas as residências do Reverendo Vigário e do Comandante, ( comandante da fortaleza) é a mais alta e mais avançada sobre o rio, do que a do segundo bairro…
“No centro da linha de frente esta principiada a matriz entre as residências do reverendo vigário e do comandante.
A residência do Reverendo Vigário é térrea, coberta de palha, e repartida em 4 casas inteiras; todas elas guarnecidas de portas e de janelas de madeiras, com as fechaduras precisas.
A olaria ainda que era grande, carecia de cobertura nova; ao forno faltava a carapuça, e havia bastante tempo que não cosia nem telha nem pote algum para o negocio das manteigas, as quais bem perto se fazem nas praias do Amazonas e do Solimões.”
Doc 525 A Reis)
Da Barra, ou antigo forte, só há presentemente, uns restos de muralhas e um monte de terras.
Há duas igrejas na cidade; são porém muito pobres e bastante inferiores a de Santarém.
A população da cidade é de 5 a 6 mil habitantes, das quais a maior parte é constituída de índios e mestiços.
Se atende mais ao luxo; aos domingos, principalmente, todos trajam as suas melhores roupas.
As mulheres vestem-se elegantemente, exibindo lindos vestidos, confeccionados com gases e musselines francesas.
Em geral elas tem bonito cabelo, que é penteado cuidadosamente; ornam-no de flores e não o cobrem, pois não usam chapéus, nem escondem o rosto sob os véus.
Os homens , que passam a semana inteira em mangas de camisas e de chinelos, nos imundos armazéns, trajam nesse dia bonitos ternos escuros, chapéu de castor, gravata de cetim e finíssimos sapatos de pelica.
Então, conforme é moda ali, é a ocasião própria para fazer visitas, indo uns as casas dos outros, para palestrar, tendo como assunto principal da conversação os escândalos, que se acumularam durante a semana.
Os sentimentos morais em Barra estão reduzidos ao mais baixo grau de decadência possível, mais do que em qualquer outra comunidade civilizada.
“A ermida que dava suporte espiritual fora construída toscamente, Não havia riqueza no templo, rústico, pobre. Nele fora empregado o material que a própria terra em volta fornecia – madeiras grosseiras, barros buscado na fartura da margem fronteiriça ou nas Lajes, palha das palmeiras que davam o tom bucólico à paisagem e serviam ao emparedamento e ao teto da Casa de Deus.
A igreja de Nossa Senhora da Conceição ficava onde é hoje a praça Nove de Novembro: do centro para a Demétrio Ribeiro até o terreno baldio que dá fundos para o edifício da Anglo Mexican. Pela definição de Alexandre Rodrigues Ferreira, tem-se a idéia do estado a que chegara. Aos reclamos gerais, tinham principiado a reconstruí-la, mas sem gosto, cheia de defeitos. Lodo d’ Almada não deixou continuar a monstruosidade. Pó-la abaixo, fazendo erguer outra, de melhor aspecto, conquanto ainda não se destacasse pelo aspecto arquitetônico. Fé-la erguer ao estilo dos templos jesuíticos.” Arthur Reis, in Manaus, Copia do arquivo pessoal do autor, código do arquivo 597)
Em 1852 no lugar onde estava a Catedral, nos dias que correm, havia duas hortas, a de Maximiano de Paula Ribeiro e outra, de Oliveira Horta. Max, morava na frente do Palácio do Governo, vizinho de Clementino José Pereira Guimarães. ———–
A igreja podia ser vista pelo rio, a entrada da cidade, e do bairro dos Remédios. Para ela vinha-se pela rua Brasileira e atravessava a ponte do Igarapé do Espírito Santo ( atual avenida 7 de setembro).
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