Foi a 9 de novembro de 1823 – A então Capitania de São José do Rio Negro, ou simplesmente Capitania do Rio Negro, como muitos autores se referem, era dirigida por uma Junta Governativa desde a deposição do último Governador do período colonial, Coronel Manoel Joaquim do Paço, em 1821. A que se encontrava no poder, fora nomeada a 3 de junho de 1822, composta dos senhores: Antônio da Silva Carneiro, Presidente; Bonifácio João de Azevedo, Secretário; Manoel Joaquim da Silva Pinheiro; Vicente José Fernandes; e João Lucas da Cruz. A 15 de agosto de 1823, depois de vencida a resistência portuguesa, Belém aderia à Independência . No dia seguinte era expedida para o interior, notícia do acontecimento. As embarcações movidas a remo e vela, somando-se, as paradas nas vilas e lugarejos, para deixar as boas novas, só permitiram que os arautos oficiais chegassem ao Lugar da Barra a nove de novembro. A notícia levou ao delírio a população e autoridades da capital, que aos brados de “Independência ou morte”, fez-se ouvir do Extremo Norte Brasileiro, o éco da Liberdade do Brasil. Povo, autoridade e Força Armadas reunidos no antigo Largo da Trincheira, mais tarde, Praça Tamandaré, atualmente, Praça 9 de Novembro, onde se encontrava erigido o Palácio do Governo, ou “Residência Imperial do Governo do Lugar da Barra”, como era denominado por aquele tempo, solenimente proclamas a adesão do Amazonas à Independência do Brasil, sob os vivas a D. Pedro, e ao Brasil Independente, conforme documento: “No dia 9 do corrente foi neste Lugar proclamada solenidade a Independência Política do Brasil e reconhecido o muito alto e poderoso o Senhor Dom Pedro I … – Residência Imperial do Governo no lugar da Barra, 26 de novembro de 1823”. Coube ao Sr. Bonifácio João de Azevedo, único Amazonas compenete da Junta Governativa, o grato prazer de preparar a solenidade oficial de juramento de fidelidade ao Imperador Dom Pedro I, de cuja tarefa, logo começou a desincumbir-se, marcando o Ato solene para a manhã do dia 22 do corrente, convocando para tal, a Câmara de Serpa, atual Itacoatiara, visto que o Lugar da Barra não sendo ainda vila fazia parte da Jurisdição da Vila de Serpa. Bonifácio João de Azevedo era filho de Barcelos. Transferiu-se, como outras famílias o fizeram, para o Lugar da Barra, quando aí se instalou definitivamente a Capital rionegrina, onde se fez grande proprietário. Era figura de alto relevo na vida político-administrativa de sua terra natal, sendo vereador e até Presidente da Câmara de Barcelos, eleito Deputado às Cortes de Lisboa, e participante dos altos escalões do Governo, fazendo parte das Juntas Governativas do períodos colonial e Imperial, como secretário da primeira e presidente da segunda, eleita a 23 de novembro daquele ano, constituida só de brasileiro, posição que lhe valeu o direito de lutar bravamente pela, então, ansiosamente desejada; autonomia da Capitania de São José do rio Negro, naqueles dias subordinada ao Grão Pará, condição que perdeu o político, comerciante o proprietário da futura Manaus, com a abolição da Junta em 1823, pelo governo paraense, referendado pelo Aviso Imperial de 8 de outubro de 1823.
****
Foi realizada a 22 de novembro de 1823 – Autoridades civis e militares prestavam juramento de adesão e fidelidade à pessoa do Imperador Dom Pedro I. A junta Governativa a quem recaiu a responsabilidade de efetuar a solenidade, exortou os moradores do Lugar da Barra a iluminarem sua casas durante três noites consecutivas, sendo promovido bailes e passeatas. A Câmara Municipal da Vila de Serpa (Itacoatiara) atendendo a convocação, encontrava-se instalada na capital desde o dia 19. Às nove horas, conforme horário pré-estabelecido, encontravam-se reunidos na Fábrica Imperial, ao Largo do Quartel, hoje Praça D. Pedro I, as autoridades civis, militares e cidadãos para a celebração do ato histórico conforme afício de 26 de novembro dirigido à câmara Municipal de Barcelos, no seguinte teor: “No dia 22 reunindo-se todas as autoridades civil e militares e os cidadãos prestou-se juramento de fidelidade e adhesão à pessoa e Governo do mesmo augusto Senhor, em o mesmo dia seguinte se procedeu à eleição da nova Junta Governativa composta de cinco membros, reunidos todos os poderes civil, militares e administrativo, por instrucções emanadas da excellentíssima Junta do Governo Geral da província do Pará e foram eleitos os abaixos assinados que tomaram posse no dia vinte e quatro. Cumpre a esta Junta ordenar a V. M. a mesma proclamação e juramento nessa villa, com a solenidade e enthusiasmo que merece tão sagrada causa e o patriotismo de V. M. como tudo consta dos papéis inclusos. De todo o acto que mencione o os cidadãos que tiverem jurado; e tendo em vista os inconvenientes que ha nas reuniões dos subúrbios dessa villa pela pobresa de eus habitantes e encomodos que lhe tem causado o systema passado, adverte a V.M. em taes lugares determinarão aos Juizes territoriaes pratiquem o mesmo, exigindo termo que deve incluir no que remetter a esta junta”. Este documento foi assinado pelos senhores: Bonifácio João de Azevedo, Presidente; Luiz Ferreira da Cunha, Secretário; Raymundo Barroso; Plácido Moreira de Carvalho; e João da Silva e Cunha. Juraram primeiro os vereadores sobre um livro dos Evangelhos, nestes termos; “Juro obediencia; fidelidade e adhesão á pessoa de S. M. imperial o Senhor D. Pedro de Alcantara, primeiro Imperador do Brasil.