Nasceu em 12 de agosto de 1818 em Oeiras, à época capital da Província do Piauí, sendo filho do dentista Francisco José Furtado e de dona Rosa da Costa Alvarenga. Em 1827 mudou-se para a cidade de Caxias em companhia da mãe e do padrasto, Raymundo Teixeira Mendes, com quem ela havia casado em 1826. Foi em casias que estudou as primeiras letras e os cursos preparatórios. Em 1833 seguiu para Olinda, em Pernambuco, onde cursou a faculdade de Direito mas formou-se na faculdade de São Paulo em 1839. Em 1837 o seu padrasto morreu assassinado.
Na faculdade pernambucana redigiu em companhia de outros estudantes o jornal Argos Olindense, em razão do que ficou com malquerenças Em 1839 voltou a capital do Maranhão, na qual em 1840 era juiz municipal da comarca e no ano seguinte juiz de direito interino.
Com 23 anos de idade suas sentenças eram reconhecidas por muitos estudiosos de direito. Alistou-se nas fileiras do Partido Liberal, então comandado por João Francisco Lisboa, Joaquim Franco de Sá e outros. Foi eleito várias vezes para presidente da Câmara Municipal de Caxias até 1848, sendo depois deputado provincial.
Em 8 de maio de 1848 casou-se com Mariana Martins dos Santos, tendo dois filhos e seis filhas.
Foi eleito deputado geral pelo Maranhão e transferiu-se para o Rio de Janeiro e em 17 de maio de 1848 já estava na Câmara, integrando a sétima legislatura (1845-1851).
Em decreto de 20 de setembro de 1848 foi nomeado juiz de direito da comarca de Caxias e a 19 de dezembro foi removido para uma das varas de direito da cidade de Belém do Pará, onde serviu até 1856 como juiz criminal, juiz dos feitos da fazenda e auditor de guerra.
Com a assunção do gabinete de São Cristóvão, e a política de conciliação, foi transferido para o cargo de juiz especial de comércio de São Luiz do Maranhão para onde transferiu-se de volta com a família. Em outubro de 1857 partiu para a província do Amazonas, já na qualidade de presidente provincial nomeado. Em maio de 1859, a pedido, retornou ao Maranhão, voltando ao exercício da vara comercial. Tempos depois concorreu ao cargo de Senador do Império.
Sua esposa faleceu em 1860, no Rio de Janeiro. Em 1861 retornou a Câmara. Na ocasião foi escolhido para promover a formação do ministério de 24 de maio de 1862 sendo nomeado ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Justiça. Casou-se em segundas núpcias com Rosa Senhorinha Lamagner Vianna, em fevereiro de 1862. Esteve em tão importante função quando das implicadas questões com o Uruguai, vivendo a crise comercial do Rio de Janeiro e a guerra do Paraguai, mas conseguiu deixar o cargo com reconhecimentos populares.
Em 1863 foi reeleito deputado provincial pelo segundo distrito da província do Maranhão, sendo presidente da Assembléia, cargo que exerceu a partir de fevereiro e até junho de 1864, quando entrou para o Senado na qualidade de membro. Em seguida foi chamado pelo Imperador para organizar o Gabinete de 31 de agosto, posto em que foi sucedido pelo marquês de Olinda, no Gabinete de 12 de maio. Depois desta missão retornou ao Maranhão.
Em março de 1870 foi aposentado com honras de Desembargador da Relação do Rio de Janeiro e iniciou o oficio da advocacia associando-se ao conselheiro Tito Franco de Almeida.
Sua primeira fala como presidente do Amazonas foi em 7 de setembro de 1858 e já naquela ocasião anunciava que um possível acordo entre o Brasil e o Paraguai teria impedido a guerra que, entretanto, tempos depois eclodiria. Coube-lhe instalar a Casa dos Educandos em 25 de março daquele ano em cumprimento a lei de criação que é de 21 de agosto de 1856. Não só instalou a escola como procurou dar-lhe condições adequadas de funcionamento inclusive com a organização de oficinas especializadas. Decidiu pela construção da igreja matrriz do Amazonas e esteve presente no lançamento da pedra fundamental da construção da igreja de Nossa Senhora da Conceição, a 23 de julho daquele ano. Sempre esteve atento, pelo que se vê dos documentos oficiais, aos fatos que sucediam nos altos rios, com os indios Içana, principalmente; e com os vários charlatões que, fazendo gozo da condição dos indígenas se anunciavam como Cristos, e iam fazendo e desfazendo atos religiosos. Compareceu a Assembléia Provincial para apresentar o relatório em 3 de maio de 1859 no qual esclareceu o andamento das obras públicas e das atividades gerais da Província , especialmente a atenção que deu aos indios do alto rio Negro para onde enviou um delegado de Policia e o padre Romualdo Azevedo, resolvendo questões ali reinantes.
Mário Ypiranga Monteiro em sua beneditina obra sobre a Catedral de Manaus transcreve o auto de imposição da primeira pedra, ou da pedra fundamental, presidido por Francisco José Furtado a quem coube a aprovação da planta da igreja, embora esta não tenha sido seguida integralmente até o final e dela não se conheça o autor.
Faleceu as 14.30 horas, do dia 23 de junho de 1870.
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