Natural do Pará, foi Engenheiro Militar formado pela Escola Militar do Brasil. Em 1908 era Professor ordinário de Geometria Analítica, Cálculo Diferencial e Integral, da Faculdade de Engenharia e Professor ordinário de Álgebra Superior e Geometria Analítica, da Faculdade Militar e Curso de Agrimensura. No ano seguinte era Professor ordinário de Mecânica e Astronomia, da Faculdade de Ciências e Letras, membro da Comissão Científica e Diretor da Faculdade de Engenharia. Em 1910 foi eleito Diretor da Faculdade de Engenharia e membro da Comissão que, em nome da Congregação, assinou o expediente a sessão permanente de 1 a 12 de Fevereiro. Neste mesmo ano foi Diretor Geral interino da Universidade de Manáos. Em 1911 foi membro da Comissão de Reforma do Estatuto da Universidade e Presidente das bancas de exames de Ciências e Letras e Agrimensura.
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Arthur Cezar Moreira de Araújo nasceu em Belém do Pará em 17 de agosto de 1868, filho do farmacêutico Abel A.C. de Araújo
Fez os primeiros estudos em Belém, seguindo depois para Lisboa e, retornando ao Brasil, instalou-se no Rio Grande do Sul onde matriculou-se no curso de Engenharia, transferindo-se depois para a Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro, onde graduou-se como Engenheiro Militar. Foi na academia militar que pode conviver com a proposta positivista defendida por Benjamin Constant, de quem foi aluno.Graduado como 2º tenente foi designado para servir em Belém do Pará e depois transferido para Manaus, sendo promovido a 1º tenente, chegou a coronel e a Comandante do Batalhão de Polícia do Estado, cargo que exerceu a partir de 14 de agosto de 1898, cedido que fora pelas forças armadas.
Afastando-se em definitivo do Exército, exerceu inúmeros cargos civis em Manaus, como engenheiro fiscal das obras de construção do Porto de Manaus; Superintendente Municipal de Manaus (1898/1902); professor catedrático de matemática e astronomia do Ginásio Amazonense Pedro II, mediante concurso; diretor do mesmo Ginásio; professor de matemática e diretor da Escola Técnica de Comércio Solon de Lucena; engenheiro das obras de conclusão do Teatro Amazonas; autor do projeto de construção e arruamento da Vila Municipal, atual bairro de Adrianópolis; autor do projeto de construção do Cassino Julieta, depois cine Guarany; integrante da equipe de estudos das obras de esgotos sanitários em Manaus.
Na Universidade Livre de Manáos, foi professor ordinário de geometria analítica, cálculo diferencial e integral da Faculdade de Engenharia e professor ordinário de álgebra superior e geometria analítica da Faculdade Militar e do Curso de Agrimensura da mesma universidade. Em 1909 foi professor ordinário de mecânica e astronomia da Faculdade de Ciências e Letras e membro da Comissão Científica, sendo depois diretor da Faculdade de Engenharia, chegando a diretor geral interino da Universidade de Manáos e em 1991 a membro da comissão de reforma do Estatuto e presidente da banca examinadora de Ciências , Letras e Agrimensura.
Foi sócio da empresa Telefônica de Manaus ao lado de Lourival Alves Muniz e José Avelino Cardoso, adquirida em transferência do dentista Heliodoro Jeramilo em condições comerciais e de funcionamento bastante precárias. Deram-lhe dimensão e valorização empresarial. O Estado pagava em 1898, exatamente 880 libras esterlinas de apoio à empresa, como subvenção, conforme contrato de 20 de maio daquele ano, mas o serviço não satisfazia.
Nomeado Prefeito de Manaus, chegou ao cargo pelas mãos de outro positivista, também gerado na Escola Militar por Benjamin Constant, o governador Fileto Pires Ferreira, e foi mantido pelo seu sucessor o coronel José Cardoso Ramalho Junior,ao tempo em que a Associação Comercial era presidida por Caetano Monteiro da Silva e José Cláudio Mesquita. No cargo é reconhecido por obras na área de educação, urbanismo e sanitarismo, inclusive a inauguração do cemitério de São João Batista. Integrou a Sociedade Astronômica de França, falava vários idiomas, especialmente o inglês, francês e alemão.
Casou-se com Donolina Nogueira Fleury, tendo os filhos César, que era médico e Lúcia, que casou-se com o dr Augusto Lopes Gonçalves, advogado militante em Manaus e no Rio de Janeiro e político.
Faleceu no Rio de Janeiro em 22 de julho de 1935.
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