Nasceu em 22 de novembro de 1853, em Manaus, e falecido na mesma cidade, a 3 de março de 1926, sendo sepultado no Cemitério de São João Batista. “Fez seus estudos primários e secundário, na sua cidade natal com o professor Irênio Porfirio da Costa e com diversos outros professores particulares, que ensinavam “preparatório”. Militar, burocrata e político. Serviu no posto de Alferes à Tropa que se organizou em Manaus exclusivamente para o serviço interno. “Deixando o Quartel, fez concurso para o preenchimento de uma vaga de Grarda-Aduaneiro de Manaus, tendo sido aprovado em 1º lugar, nomeado e logo, assumido o cargo. Por pequeno espaço de tempo o exerceu, pois surge uma vaga de Amanauense na Secretaria Geral da Província, com abertura de concurso. Antônio Bittencourt fez-se candidato, sendo classificado em 1º lugar. Nomeado assumiu o novo cargo, bem mais vantajoso que o anterior; percorreu, alí, toda a hierarquia da mais importante Repartição da Província, até aposentar-se no lugar de Oficial Maior, correspondente, hoje ao de Diretor, num período de cerca de 25 anos no serviço público. Colaborou de perto com a maioria dos Presidente da antiga Província do Amazonas”. Ingressando nas atividades políticas, militou no Partido Democrata, pelo que foi escolhido Senador da República, sendo o seu nome postergado em virtude de não contar com o apoio do Sr. Pinheiro Machado, já, por aquele tempo Senhor absoluto da política administrativa do país (1903). Escolhido Vice-Governador para o quatriênio de 23-7-1904 a 23-7-1908, juntamente com o titular Coronel Antônio Constantino Nery, não lhe foi possível assumir o poder, visto, que na única oportunidade que foi chamada, 19 de novembro de 1907, não pôde fazê-lo por motivo de doença. Eleito governador do Estado, com o apoio do então Presidente da Republica Dr. Afonso Pena, assumiu a 23 de julho de 1908 para o quatriênio que ia até 23 de julho de 1912. A administração do Coronel Antônio Bittencourt sofreu embaraços constantes, o que lhe impediu de maiores realizações. Elevado ao poder pela família dos Nery que vinha controlando a política do Amazonas, não aceitou ser títere dessa Oligarquia. Estes tolidos das suas pretensões, apelaram para o seu aliado, o gaucho Pinheiro Machado que já uma vez o havia prejudicado, valendo-se da prepotência que ostentava na administração Brasileira por aquele tempo. Esse campeador da política, conhecido como “fazedor de presidentes” aliados aos Nery, imediatamente entrou em ação, tudo fazendo para a deposição do Governador amazonense, não se intimidando os seus subservientes no Amazonas, a bombardear a cidade de Manaus, em 8 de outubro de 1910 (ver 8 de outubro). O Governador depois de pernoitar naquela noite negra da história do Amazonas, em companhia de amigos no Quartel da Polícia Militar, fez de Belém, capital paraense o seu “fulcro reivincicatório de direitos que não podiam ser postergados”. Alí, com a força do Leão, ferido fez ouvir sus vóz às autoridades constituidas. Na Câmara Alta do Pais, Jorge Morais, então Senador, exibido as notícias chegadas de Manaus condenava o atentado profligando os argumentos que o justificavam. Na Câmara Baixa o Deputado Barbosa Lima, “um dos maiores oradores do seu tempo, verberou a ação de quantos, no Amazonas, haviam lançado o pavor no seio da população amazonense”. Como principal responsável, pelo ato de violência fora apontado o Senador Pinheiro Machado”. Este revidou as acusações “com o desasombro que lhe era peculiar”, chegando a evidenciar “que deposição se processára com todas as formalidades exigidas pela Constituição”. A Justiça, todavia, pronunciou-se a favor do Governador deposto. O Supremo Tribunal Federal, pela voz do Ministro Pedro Lessa, votou pela reposição do Governador, com todas as garantias constitucionais. A recondução ao posto de comando das rédeas administrativa do Estado, “erigiu-se num dos mais empolgante acontecimentos nesta capital, a população inteira, no dia de sua chegada, movimentou-se para o “roadeay” da Manáos Harbour” naqueles idos em que só havia a navegação fluvial — e alí, exultante, tributou as mais consagradoras homenagens ao ínclito homem público”. As perseguições, porém, não pararam, culminando com o traiçoeiro golpe de Quartel que o depôs a 22 de dezembro de 1912. Eleito por várias vezes Deputado à Assembléia Legislativa, Antônio Bittencourt exercia a presidência daquela casa legislativa quando faleceu.
ARQUIVO NOVO PARA CONFERÊNCIA
ANTÔNIO Clemente Ribeiro BITTENCOURT
Nasceu: 23.11.1853
Morreu: 03.03.1926
Político e militar, era filho de José Ferreira Bittencourt e D. Damiana Filipa de Souza, tendo feito seus primeiros estudos em Manaus com o Professor Irenio Porfírio da Costa e outros mestres particulares.
Organizadas as forças para a Guerra do Paraguai, e uma tropa para o serviço interno, Antônio Bittencourt nela ingressa no posto de Alferes da Guarnição. Depois deste movimento militar fez concurso para Guarda-Aduaneiro de Manaus, sendo aprovado em 1º lugar, passando depois para Amanuense na Secretaria Geral da Província através de novo concurso, alcançando o 1º lugar, segundo sua vida administrativa por todos os cargos e funções da Secretaria da Província até ser aposentado como Oficial Maior (Diretor) com cerca de 25 anos de serviço.
Foi Deputado ao Congresso Legislativo do Estado, por três mandatos, tendo formado na ala de oposição do Partido Democrata e foi um dos alijados na famosa realização do Congresso do Foguetão. Na administração do Dr. Silvério Nery participou diretamente na organização da Secretaria Geral do Governo fazendo reformas na organização administrativa.
Eleito Governador tece atuação destacada na administração do Estado como também na luta gloriosa da apresentação de seu Diploma de Senador contra os interesses dos grupos dirigentes da política nacional. Foi Vice-Governador de 1904 a 1908 e Governador desta data até 1912 quando se deu o famoso movimento de 1910, e Bittencourt tinha a alta cobertura direta do Presidente Afonso Pena.
Na administração estadual estabilizou as finanças e cumpriu todos os compromissos financeiros embora tenha recebido uma grave e pavorosa herança na administração.
Casou-se em primeira núpcias com D. Antônia de Andrade Bittencourt e em segunda com sua prima D. Amélia de Souza Bittencourt e ao falecer exercia a função política de Presidente da Assembléia Legislativa do Estado, tendo sido um dos mais íntegros políticos amazonenses e uma figura destacada nas instituições filantrópicas, de ciências e da cultura, e fundador do Instituto Geográfico Histórico do Amazonas e um dos seus Presidentes.