Em geral o estudo da História representa o estudo dos acontecimentos humanos de caráter social, econômico e político do passado de um povo, objetivando facilitar a compreensão das relações existentes na sociedade.
Trata-se do levantamento dos valores de um povo, nos quais se compreendem a forma de vida, alimentação, folclore, religião, técnica de defesa e ação militar, guerras, manifestações artísticas, literárias, científicas, a língua, formas de ocupação do solo e desenvolvimento técnico, econômico e das relações do trabalho, a relação com a natureza e os valores morais e éticos, poder e prestígio desfrutados, avaliando as possibilidades de constituição da sociedade do amanhã.
Assim, estuda História do Amazonas é conhecer o passado da terra onde nascemos ou vivemos, compreendida num contexto mais amplo em que se inserem passagens da História de alguns outros povos que influenciaram nossas origens e evolução, interferiram em nossos caminhos, devidamente ajustada a uma revisão crítica da História do Brasil na qual nos inserimos, como o maior espaço físico do território, em termos regionais.
FONTES DA HISTÓRIA
Há uma série de fontes que não podem ser estudadas isoladamente. É da avaliação conjunta de indicadores diversos que o estudo da História pode conceber uma avaliação crítica e minuciosa do passado. Aí se inserem os restos arqueológicos, os monumentos, os documentos escritos, nem sempre disponíveis e isentos, para a consulta direta e paciente.
Embora sejamos possuidores de muitos dos sítios arqueológicos na região do Amazonas, carecemos de pesquisa científica sistemática e estudos posteriores que possam contribuir para a avaliação de diversos aspectos de nosso passado, pelos historiadores. Os documentos escritos não sua maioria em relação a épocas mais remotas, não são disponíveis também a grande massa de estudiosos que poderiam se dedicar mais amplamente ao conhecimento do Amazonas, inclusive pela apaixonante tentação que a região ainda representa.
ALGUMAS CIÊNCIAS AUXILIARES DA HISTÓRIA
O historiador pode valer também de outras ciências sociais que, de maneira próxima, podem auxiliar seus estudos, como a Geografia, Sociologia, Arqueologia, Numismática, Paleografia que, avaliadas a seu tempo, podem contribuir decisivamente para a compreensão de fatos importantes, suas relações íntimas e a interpretação formal dos acontecimentos.
O TEMPO E A HISTÓRIA
O local e o tempo são indicadores básicos no estudo da História. Para conhecimento da História do Amazonas basta tomarmos o calendário cristão, que conta o tempo de acordo com o nascimento de Cristo, sem preocupação com os calendários dos judeus e dos árabes, por exemplo.
Dividindo-se o tempo na forma mais usual para os dias que correm, vê-se que:
Século – é a medida do tempo que corresponde a 100 anos
Década – é a medida do tempo em 10 anos
Ano – é a medida do tempo em 365 dias.
Dia – é a medida do tempo em 24 horas.
Mês – é a medida do tempo em 30 dias.
É conveniente esclarecer que estamos no século XX, depois de Cristo, iniciado em 1 de janeiro de 1901, terminado em 31 de dezembro de 2000, e que a História do Brasil só tem início em 1500, no período que se denomina Idade Moderna, no século XV.
A História do Amazonas remota, claramente, ao início do ano de 1500, com a localização da foz do rio Amazonas e exploração do seu estuário, pelos espanhóis, portanto pouco anterior ao “achamento” do Brasil.
O AMAZONAS ANTES DO BRASIL
Antes da chamada “expedição descobridora” de Francisco de Orellana (1541-1542), que descendo pelo Rio Napo depois de oito meses alcançou o Atlântico, o interior do Amazonas havia sido visitado por expedições espanholas. Em janeiro de 1500 Vicente Yanez Pinzon chegou ao Brasil pelo que hoje se conhece como nordeste, mas precisamente nas cercanias de Pernambuco, seguindo para o Amazonas, assim como outros viajantes e exploradores avançaram pela América estabelecendo uma colonização de norte a sul, fundando cidades e vilas, promovendo, a seu modo, uma nova constituição.
Estavam eles protegidos pelo Tratado de Tordesilhas ( ), que constituía a região amazônica em terras de interesse e domínio espanhol, como de toda a região conhecida como “o novo mundo”.
