Novos Tempos na Arte
120 anos são passados. Um sonho, lançar a pedra fundamental deste templo, edificá-lo para o povo como símbolo das artes, símbolo das luzes.
Dar consecução ao sonho é fazê-lo como ideal de vida. Eduardo Ribeiro o fez, lançando o teatro Amazonas para o mundo, encravado na selva, recortado de rios, cercado de ilusões e fantasias.
Nos anos que vieram, em muitos deles o silencio, o quase abandono. Os ritmos e a dança, as artes, quedavam ante a pobreza material ou ante a fraqueza dos espíritos.
Novos tempos. Outros sonhos. Fazê-los esperança e delas edificar realizações é o desafio.
Restaurá-lo largo desafio de horas outras, foi vencido.
Dar-lhe vida era o que se impunha. Tratá-lo com amor, cuidar dele. É o que se faz.
Sonhar o novo sonho de agora e fazer dele um ideal e o do ideal um símbolo e do símbolo a luz do construir é o que se dá nesta manhã morena, abençoada, quase santa pela mística que reveste a realização dos grandes ideais.
Fazer desta hora a verdade do sonho, senhor Governador, foi unir, reunir e novamente reunir o sonho, a esperança, o símbolo, o amor, o ideal e a dedicação de pessoas muitas, as quais homenageio com carinho através de Inês Daou, Cleia Ianuzi, Roberto Gomes, que tomaram sobre os ombros a responsabilidade de vencer os obstáculos para que esta hora se fizesse.
O maestro – gênio reconhecido e proclamado que acolheu o convite para dirigir a orquestra, aos músicos, quase duas centenas que vislumbraram na nova missão quem sabe também a realização de um ideal que acalentavam.
De mim, só o coração pode falar… e para não ser traído, deixo no texto escrito, a mensagem que me cumpre, neste momento.
A Vossa Excelência senhor governador, desejo dizer-lhe que o que todos fizemos, foi cuidar do sonho, da esperança e do ideal que nutre a decisão dos tempos de agora: lançar a orquestra Amazonas Filarmônica, que em breve será entregue ao povo como símbolo das artes, símbolo da luzes, uma das grandes razões de ser do seu governo.
A hora que vivemos será história e nos dias que hão de vir ainda soarão os acordes deste instante e o Teatro Amazonas, encravado na selva, recortado de rios pela Orquestra e pelo ideal que hoje se confirma, será de mais luz.
Permita-me um gesto de mais amizade e reconhecimento público em nome dos jovens e do futuro: a batuta que é a sua como símbolo maior deste dia e da concretização do sonho que é seu e de todo o povo amazonense.
Discurso proferido pelo Secretário de Cultura e Estudos Amazônicos Sr. Robério dos Santos Pereira Braga, em 19 de setembro de 1997, no 1º ensaio da Amazonas Filarmônico.