Nasceu na Bahia em 29 de janeiro de 1834. Padre, integrou a comissão de viagem ao Pará e Amazonas, especialmente no rio madeira . Escreveu intensamente, inclusive : Lembrança e curiosidades do vale do Amazonas, Pará, 1873; Comissão do madeira. Pará e Amazonas, Rio de Janeiro, 1884-1885.
Cópia do Dicionário Blake (vol.2)
Natural da Bahia, nasceu na cidade de Itapariça a 29 de janeiro de 1834. Prebitero secular, cujas ordens recebeu do venerando arcebispo D. Romualdo que sempre o distinguiu, mudando de residência para o Rio de Janeiro pelo ano de 1860, aqui foi cônego da capela imperial, capelão e professor de religião, latim e português do colégio de Pedro II e lente de geografia e de história do curso de preparatórios anexo ao seminário episcopal. Fez do Rio de Janeiro um viagem as províncias hoje Estados do Pará e do Amazonas, percorrendo-as como membro da comissão do Madeira, encarregado dos trabalhos etnograficos. Depois voltou a residir na Bahia, onde continou a dar-se aos magistério, foi nomeado examinador sinodal do arcebispado e admitido ao Instituto histórico. Notável pregador, literato e escritor, escreveu:
– Breve resposta ao discurso do Sr. senador Dantas ou protesto em favor dos princípios católicos. Rio de Janeiro, 1861, 24 pags. in-8º.
– Compêndio de história universal por Victor Duruy, ministro da instrução pública na França e ex-professor de história do Liceu Napoleão; traduzida, etc. Paris, 447 pags. in-8º – Houve segunda edição correta e aumentada com um apendice da história contemporânea por ***. Paris (1868), 549 pags. in-8º, sendo da pena do cônego Bernardino os novos capítulos concernentes á história de Portugal, e duas outras, sendo a última correta e aumentada com fatos relativos á guerra do Paraguai e feita pela casa Garnier, 1877.
– A primeira comunhão: romance do cônego Schmidt. Paris, in-8º
– É edição da mesma casa que, segundo me consta, incumbiu o cônego Bernardino da tradução dos romances deste autor, os quais foram efetivamente traduzidos e publicados sem o nome do tradutor.
– Importância da primeira comunhão, demonstrada por exemplos: obra de grande utilidade aos pregadores e catequistas, ás mães de família cristãs e aos que tem de fazer a primeira comunhão, pelo rev. padre Huguet; traduzida, etc. Rio de Janeiro, 1873, in-8º
– O Espírito de Pio XI ou belíssimos traços da vida deste grande papa pelo rev. padre Huguet. Tradução da segunda edição. Rio de Janeiro, 1873, in-8º.
– Diretório do jovem sacerdote no que é tocante á sua vida íntima e em suas relações com a sociedade, pelo padre Reaume; traduzido da terceira edição. Rio de Janeiro, 1872, in-8º.
– Lembranças e curiosidades do vale do Amazonas. Pará, 1873, 328 pags. in-8º.
– Comissão do Madeira. Pará e Amazonas. Rio de Janeiro, 1884-1885, três tomos, 145, 147, 145 pags. in-8º – Nesta obra dá o autor muito curiosas e importantes notícias da história natural e cívil de tão vasta porção do território brasileiro, assim como dos índios que ali habitam, sua vida, seus costumes, etc.
– Novo método da gramática latina, reduzindo a compêndio pelo padre Antônio Pereira e acompanhado de um suplemento de exemplos da sintaxe pelo padre F. Bernardino de Souza. Paris, 1868, in-8º – Há uma edição de 1881, feita pela casa Garnier. Colaborou para algumas revistas do norte e depois que veio para o Rio de Janeiro colaborou para outras, como a Revista Popular, O Jornal das Famílias, Tribuna Católica e também para o Jornal do Comércio. De seus escritos de então citarei:
– A literatura na Bahia – Na Revista Popular, tomo 8º, pags. 17 e segs.
– A ilha de Itaparica – Idem, no mesmo tomo, pags. 152 e 229 e segs.
– O recolhimento de S. Raimundo na Bahia – Idem, tomo 9º, pags. 17 e segs.
– Um passeio à Vila do Rio Preto – Idem no mesmo tomo, pags. 224 e 350, e tomo 10º, pags. 34 e 89 e segs.
– O mosteiro de S. Bento – Idem, tomo 11º, pags. 112 e segs.
– A lenda e Mimosa: romance traduzido – Idem, tomo 14º, pags. 29, 80, 159, 215, 326 e tomo 15º, pags, 25 e 91 e segs.
– Spiritus, que vadit, redit aut non? – Na dita revista. Neste escrito estuda os fenomênos então em íncio no Brasil e que constituem hoje a ciência ou qeu melhor nome possa ter de ocultismo, citando fatos dados consigo e com o arcebispo D. Romualdo.
– Julião, o apostata – Na Cruz, jornal religioso, literário, histórico e filosofico, publicado no Rio de Janeiro de 1861 a 1864, ano 1º n. 6.
– A arca de Noé – Idem, n. 11
– Uma acadêmia para o clero – Idem, n. 7.
– A torre de Babel – Idem, n. 11.
– A morte de Madalena – Idem, n. 7.
– Reminiscência de minha infância. O Santo Antônio da Velha Barbara – Idem, n. 20.
– A morte do bom ladrão, traduzida do poema de Klopstok – Idem, 2º ano, n. 26.
– A escritura e a ciência – Idem, n. 27.
– Os derradeiros momentos da vida – Idem, ns. 48 e 51.
– O dedo de Deus – Na Estrela do Norte, periodico religioso sob os auspícios do Exm. bispo do Pará, tomo 2º, pags. 4 a 7.
– Uma mãe: poesia – na Tribuna Católica, n. 22. Foi escrita quando o autor tinha 16 anos de idade e publicada no Noticiador Católico da Bahia. É, me parece, sua primeira composição poetica. Como colaborador do Jornal do Comércio publicou não só vários artigos, como romances e folhetins. Na Bahia também escreveu várias memórias que ofereceu ao Instituto histórico da província e redigiu:
– O Noticiador Católico: períodico religioso. Bahia, in-fol. – É uma revista hebdomadaria de 8 pags. e 2 cols. fundada sob os auspícios do arcebispo D. Romualdo, e redigida pelo padre Mariano de Santa Rosa de Lima, de quem hei de ocupar-me, desde 1847 até 1852, data em que este foi nomeado vigário de uma freguesia do sertão, e em que passou a redação ao padre Bernardino.
– Jornal da Bahia. Bahia, in-fol. – Este jornal, depois propriedade do Dr. Francisco José da Rocha, foi fundado em 1848. Ali acham-se do autor importantes trabalhos sobre questões de interesse local, política, literatura e também romances traduzidos, sendo notáveis:
– Tipos parlamentares: série de artigos.
– Horas vagas: folhetins – De seus sermões nunca me constou que publicasse algum. Só o ouvi pregar uma vez sobre as Dores de Maria Santíssima na Igreja da Cruz dos Militares em 1868 um sermão, que tanto arrbatava o auditório pela sublimidade do assunto, como pela beleza do trabalho e pela exposição do autor.
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