A conhecida casa comercial de J.H.Andresen foi organizada originalmente na cidade do Porto, Portugal, em 1845, atuando amplamente, com franco sucesso e resultados empreendedores. O fundador. J. H. Andresen, nasceu em Devenum, mar do Norte, área dinamarquesa, depois alemã e seguiu muito novo para Portugal onde se estabeleceu comercialmente, onde veio a faleceu em 1894, ficando o empreendimento sob o comando dos três filhos, até a morte de João Andresen, em outubro de 1900, e depois sob direta responsabilidade dos irmãos Alberto e Julio Andresen.
Atuou principalmente na exportação para a América do Sul, através de seus próprios vapores e em uma destas viagens, encontrou-se com José Cláudio Mesquita a quem, reconhecendo pendores e qualidades de comerciante, convidou para dirigir uma das filiais brasileiras.
A filial de Manaus foi organizada em 1882 por José Cláudio Mesquita na condição de sócio-gerente. Nascido em Setúbal, Portugal em 7 de outubro de 1858, chegou a Manaus para fundar o novo estabelecimento comercial. Atendia a seus clientes com vinho do Porto, ferragens importadas, a exportação de borracha, o cacau, a castanha e a navegação fluvial extremamente regular, a tal ponto de ser chamada de navegação inglesa, ligando a cidade do Porto, outros portos da América do Norte e o norte do Brasil. Em 1908 viajavam entre Lisboa e Manaus os navios Dona Maria e Dona Amélia, e o rebocador Jane que transportava para o interior do Estado.
Sediada em Manaus, em grande área da praça Tamandaré, sob a gerência de Cláudio Mesquita, de quem dizia a imprensa da época modesto no trajar, modesto na vida, prescinde e todas as honrarias. Foi presidente da Associação Comercial do Amazonas, atuando na defesa do sistema de telégrafo, pela valorização da borracha e da castanha no mercado comercial. Em 1887, com a Associação sob a presidência de James Bird, aparece como diretor da entidade fato que se repete nos anos seguintes de 1889 e 1890 , sob a presidência de Arthur Johnston. E em 1892 surge como vice-presidente da entidade, então dirigida pelo empresário João Afonso do Nascimento, para ser depois presidente na gestão de 1893 e novamente de 1899 a 1900, em cujo mandato pugnou pelos serviços telegráficos. Pela sua ação em defesa da borracha, chegou a ser chamado de o apóstolo da heveicultura. Foram muitos os folhetos que redigiu pessoalmente para orientar as populações do interior amazonense sobre o plantio e os serviços do campo. É de sua iniciativa a organização do Seringal Miri, com recursos próprios, uma espécie de campo de demonstração urbana da seringueira. A área foi invadida e descaracterizada, sendo hoje atravessada pela av Djalma Batista. Foi ele o inventor da chamada faca amazônica, instrumento que substituiu a machadinha do seringueiro que feria as árvores de morte, trazendo prejuízos definitivos para a colheita do látex.
Em 1911 comprou a Olaria das Lajes, então pertencente ao industrial Raimundo Monteiro Tapajós, que ampliou e aparelhou modernamente, ali empregando cerca de 200 operários.
Com a queda da borracha, arcou com as dívidas e compromissos do Armazén que fechou as suas portas, não aceitando as propostas de concordata, então oferecidas. Em abril de 1916 deu-se grande parte do desfecho comercial da empresa. Era gerenciada por João Andresen. Antonio de Pinho Maia que expôs todas as dificuldades em reunião da Associação Comercial do Amazonas, atribuindo graves responsabilidades ao Sr J.J. Swenderbory Alves, guarda-livros da empresa que, despedido, não aceitou o encontro de contas proposto pela empresa, constituindo como seu advogado o dr Caio Valladares que, de pronto, requereu a falência da empresa casa Andresen. O juiz do feito era o dr. Luna de Alencar. Dos fatos narrados resta envolvimento também para os irmãos e advogados Huascar de Figueiredo e Waldemar Figueiredo. Era de tal monta o fato que a Associação atuou junto ao governador e ao presidente do Tribunal de Justiça para procurar resolver o caso. A denúncia no plenário da Associação Comercial chegou ao conhecimento de Huascar de Figueiredo que requereu cópia da ata para defender-se.
Cláudio Mesquita depois abriu a própria empresa, com a denominação de Mesquita & Comp., liquidando todos os seus compromissos anteriores.
Sócio da Beneficente Portuguesa do Amazonas e membro da Loja Maçônica Esperança e Porvir, iniciou-se em 25 de abril de 1884, auxiliando de logo a abolição da escravatura negra no Amazonas, por cuja participação encontra-se inserido na obra de Rodolpho Guimarães Valle que registra a vida dos maçons amazonenses.
Faleceu na Paraíba, em 23 de outubro de 1923, na residência de sua filha Sarah e seu genro Mário de Albuquerque, sendo homenageado em sessão da Associação Comercial de 6 de novembro de 1923, com um modesto registro de seu falecimento.
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