Em 06 de março de 1836 Manaus caia em poder dos Cabanos comandados por Bernardo de Sena. Aproveitando-se do desarranjo dos legalistas que tinham o juiz de Direito interino Henrique João Cordeiro como principal articulador defesa das capital em que para uns cronistas da época traiu os seus compromissos deixando de oferecer o obstáculos esperado, para outros, todavia, não contou com elementos para a resistência, em razão da grande debanda dos defensores de Manaus; a horda dividida em dois grupos, apossara-se da Vila sem dispara um só tiro. Uma força invadiu a Vila, ocupando o quartel e o Fortim, enquanto a outra permanecera nas embarcações em frente a Manaus, extrategiamente, para previnir qualquer surpreza. No dia seguinte pela manhã, a Câmara reunida extraordinariamente tomou conhecimento da ocupação, ouvindo seguidamente longa exposição de motivos do chefe da expedição Bernardo de Sena, que com a aprovação dos vereadores nomeou novas autoridades aproveitando os adesistas, dos que fazia parte o contentíssimo, Padre João Pedro Pacheco, Vigário da Comarca: Juiz de Direito, o Padre João Pedro Pacheco; Juiz de Paz, João Ignácio Roiz do Carmo; Provedor da Fazenda Pública, Martinho Joaquim do Carmo; escrivão da Fazenda, Bernardo Francisco de Paula e Azevedo; Provedor Fiscal da mesma, Joaquim Roiz Calhado; e almoxarife, João de Souza Coelho. O vigário Geral não contendo a sua satisfação pelo elevado encargo ao que fora alçado, “rezou solene” “Te Deum Laudamus”, na matriz de N. S. da Conceição, pelo êxito dos ideaes cabanos”. De Manaus os cabanos expandiram os seus domínios pelo solimões e Negro, submetendo vilas e povoados, exceto a Vila de Borba que resistiu às investidas inimigas; tornando-se senhores da Comarca do Alto Amazonas, sendo reconhecido Eduardo Francisco Nogueira Angelim, chefe supremo dos cabanos, como Presidente interino da Província do Grão Pará, de que fazia parte o Amazona, recusando acatar as ordens do Marechal Manoel Jorge Rodrigues, português naturalizado, que a Regência enviara para Belém na qualidade de Presidente. Durante seis meses o Alto Amazonas viveu sem relações com a capital paraense. A 2 de junho o chefe Bernardo de Sena morto pela soldadesca em um tumulto no quartel. Assumiu o Comando Militar o Capitão Antônio Freire Taqueirinha. A 3 de agosto Tefé levantava-se contra o domínio dos rebeldes iniciando a luta pela legalidade de Comarca do Alto Amazonas. Em Manaus a reação iniciara-se na madrugada de 31 de agosto. “Gregório Naziazeno de Costa, Juiz Municipal interino, dirigiu a acção á frente de um grupo de patriotas e dos guardas nacionaes. Nascido do Solimões, agricultor, tinha sitio em Caiçara e residencia em Tefé. Chegara a Manáos, segundo o biographo donde colhemos estas notas, logo depois da morte trágica de Bernardo de Sena trazido pelo pensamento de cooperar no restabelecimento de ordem. Esta foi restabelecida promptamente com o apoio incondicional da camara, que suportava o jogo dos inimigos, para evitar males maiores, allegou depois. O vigário Geral João Pedro Pacheco, esquecido rapidamente do passado, cantou novo “Te Deum Laudamos”, pela victória da legalidade”.
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