Violinista, compositor e regente, nasceu em Belém a 7 de novembro de 1867. Estudou no Instituto Carlos Gomes, de Belém. Depois de estudar violino com Luigi Sarti, embarcou em 1901 para Milão, a fim de continuar os estudos. Permaneceu naquela cidade até 1904. Em 1905, a 22 de janeiro, dá seu primeiro recital em Belém e inicia intenso trabalho artístico. Transfere-se depois para Manaus, onde integra o “Sexteto Carlos Gomes” e é nomeado professor do Conservatório de Música, permanecendo até 1911, quando a convite de Dolores Rentini passou a integrar a orquestra de sua companhia de operetas, seguindo para o Nordeste.
Em São Luis realiza uma série de recitais e assume a direção da orquestra de sua companhia. Inicia-se também como compositor, escrevendo a partitura da ópera “Punhado de Heróis”. Com a morte de Dolores Rentini, a companhia é dissolvida. Lameira retorna a Belém, como violino “Spalla” da orquestra da Companhia Nazaré. Aí com a colaboração de Paulino Chaves, Marcelino Gonzáles, Alice Bacellar e os irmãos Helena e Ulysses Nobre, organiza um recital em seu próprio benefício, com o fim de angariar recursos para concluir os estudos na Itália, pois só lhe faltava o último ano. O recital pouco lhe rende, mas com uma pensão obtida do Governo Amazonense, consegue realizar o seu ideal, indo buscar o ambicionado título. Em Milão, para auxiliar os estudos, faz parte da orquestra do Teatro Olímpia. Em 1913 está novamente em Belém e depois de realizar-se alguns recitais nesta cidade e em Manaus, fixa-se em São Luis. Aí é “spalla” da orquestra Sinfônica Maranhense e, com Adelman Correa, Alfredo de Carvalho, João Andrade e Zaíra Campos funda o Conservatório Carlos Gomes, acumulando o cargo de diretor com o de professor de Elementos de Música, Divisão Rítmica, Instrumentos de Arco e Rudimentos de Harmonia. Nunca se detendo, em parte alguma, por muito tempo, retorna à Belém, vai a Fortaleza e por fim percorre todo o país, coletando música folclórica e trabalhando ora como violinista ora como regente, em várias companhias itinerantes.
Faleceu no Rio de Janeiro, a 27 de fevereiro de 1950.
Sua obra é numerosa e significativa de uma certa tendência da música brasileira de sua época – a busca da expressão nacional. destacam-se: “Rapsódia da Saudade”, “Ave Amazonas”, “Canções Maranhenses” várias operetas, peças corais, etc.