Cópia do Dicionário Blake (vol.1)
Barão de Tefé – Filho de Frederico Guilherme von Hoonholtz e de dona Joanna Christina von Hoonholtz, nasceu no Rio de Janeiro a 9 de março de 1837 e tendo feito o curso da acadêmia de mariha, foi promovido a guarda-marinha em 1854, e depois a outros postos até o de chefe de divisão; tem exercido diversas comissões importantes quer durante a guerra do Paraguai, quer num outra ocasião; foi á Europa em 1860, fazendo parte da guarnição da corveta Bahiana, e ultimamente foi nomeado diretor geral da repartição hidrografica. Os atos de inexcedivel valor e bravura praticados pelo Barão de Tefé na guerra do Paraguai, e as comissões importantes que fóra do teatro desta guerra exerceu, podem-se ver no Pantheon flumiense de Lery dos Santos.
É oficial da ordem da Roza e da do Cruzeiro, cavaleiro da de S. Bento de Aviz, e da ordem de Izabel, a catholica, da Hespanha, e condecorado com a medalha de prata do combate naval de Riachuelo, e outras medalhas, e escreveu:
– Compendio de hydrographia, aplicado e adaptado pelo conselho de instrução da escola de marinha com aprovação do governo. Rio de Janeiro, 1864, in-8º – Este compendio foi premiado e mandado imprimir pelo governo imperial.
– Breve notícia sobre as fortificações paraguaias junto á foz do Tebiquary: memória apresentada no instituto politécnico brasileiro pelo sócio efetivo Antonio Luiz von Hooholtz – Sahiu na Revista do mesmo instituto, tomo 2, 1869, pags. 120 e seguintes, com uma carta.
– A Corveta Diana: romance maritimo, original brasileiro. Manáos, 1873, 120 pags. – Foi também publicado no Despertador de Santa Catharina e no Diário de Pernambuco em folhetim.
– A justiça de Deus: drama naval – Nunca vi esta publicação.
– Arrasamento da lage submarina, existente na entrada do porto de Santos, província de S. Paulo. Rio de Janeiro, 1877, in-4º, com duas cartas.
– Relatório dos trabalhos e estudos realizados na Bahia de Antonina. Rio de Janeiro, 1877, in-4º, com uma carta.
– Relatório da repartição hidrografica, apresentado ao Ilm. e exm. senhor conselheiro ministro e secretario de estado dos negócios da marinha. Rio de Janeiro, 1877 – Há outros relatórios desta repartição que não me consta que fossem impressos em volume especial.
– Província do Paraná. Demonstração da superioridade do caminho de ferro de Antonina a Curitiba, etc. Rio de Janeiro, 1879, com uma carta. (Veja-se André Pinto Rebouças)
– Saneamento da lagôa de Rodrigues Freitas: relatório apresentado ao conselheiro João Ferreira de Moura. Rio de Janeiro, 1880, com três estampas.
– Parecer sobre o novo sistema de navegação aerea, inventado por João César Ribeiro de Souza (vaja-se este nome), pelo membro efetivo e relator da comissão de ciências físicas, etc. – Saiu no Jornal do Commercio de 20 de novembro de 1881 e seguintes, precedido de uma ligeira notícia do que se tem escrito sobre o assunto.
– Questão da abertura da barra de Cabo-frio: discursos proferidos nas sessões extraordinárias do instituto politécnico acerca da mesma questão. Rio de Janeiro, 1881 – Há diversas plantas e esboços, como
– Planta hydrographica da costa e porto de Santa Catarina, 1862 – Foi lythographada, assim como outras que levantou nesta província.
– Plantas do Passo da Pátria (duas) – levantadas em 1866 com a colaboração de outros, lythographadas.
– Esboço das fortificações paraguaias que existiam junto á foz do Tebiquary quando a divisão avançada sob o mando do Barão da Passagem forçou este passo a 24 de julho de 1868 – Lythographadas.
– Planta do rio Javary desde a latitude 6º 12′ até sua nascente principal em 7º 0,1′, onde foi colocado o marco terminal da fronteira Norte-sul entre o império do Brasil e a república peruana pela comissão mixta (composta do Barão de Tefé e do capitão de fragata Dom Guilherme Blak), 1873.
ARQUIVO PARA CONFERÊNCIA
ANTÔNIO LUIZ VON HOONHOLTZ
Barão de Tefé
Nasceu: Itaguaí – 09.05.1837
Morreu: Petrópolis – 08.02.1931
Almirante, Professor de Hidrografia, Senador pelo Amazonas, Astrônomo, o Barão de Tefé era filho do Conde Frederico Guilherme von Hooholtz e D. Joana Cristina Engel d’Ali von Hoonholtz.
Cursou a Academia de Marinha onde graduou-se em 1854, foi ao Paraguai sob o comando do Almirante Pedro Ferreira de Oliveira. Foi a Guerra do Paraguai como 1º Tenente comandando a canhoneira “Araguari”, sob as ordens de Barroso.
Foi nomeado após a Guerra do Paraguai para chefiar a Delegação da Comissão Mista de Demarcação entre o Brasil ao Peru para efetivar a descoberta da nascente do rio Javari. Os serviços foram iniciados em 17 de janeiro d e1974, composto de 82 homens.
Em razão destes serviços foi agraciado com o título de Barão do Javari, brasão que não aceitou, sendo depois agraciado como o título de Barão de Tefé.
Como Astrônomo foi às Antilhas em 1883 para estudar em nome do Brasil, juntamente com vários outros especialistas de todo o mundo, a passagem do planeta Vênus pelo disco do sol. Agiu com grande significado para o Império e recebeu, por isso, o título de Grande Império.
Foi Presidente do Congresso Internacional de Aeronáutica em Paris e durante o qual, com sua autoridade de cientista, desfez uma mar interpretação de fatos históricos – Bartolomeu de Gusmão e Júlio César, foram, explicou o Barão, os pioneiros da tentativa de navegação aérea e não os irmãos Montgolfier e Krebbs que estavam presentes na reunião (os primeiros).
Senador pelo Amazonas em 1913, casou-se com a filha do Marechal Hermes da Fonseca. Portador de várias insígnias, escreveu diversas obras além de relatórios e seu livro “A América Pré-Histórica, fê-lo sócio do Instituto de França e sua mais significativa ação militar se deu na Guerra do Paraguai de onde retornou como verdadeiro herói na Batalha de 11 de junho de 1965, principalmente.
Antonio Luiz von Hooholtz (barão de Tefé)
1913/1914
Faleceu em 18.11.1938
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