Homenagem ao Mestre
A inteligência do homem a serviço do Bem e da verdade histórica, se constitui, sem dúvida, na maior força propulsora do desenvolvimento da Humanidade na busca incessante pela perfeição do intelecto e do espírito.
Senhor Governador do Estado, em exercício, Professor Doutor PAULO PINTO NERY
Senhor Presidente da Assembléia Legislativa do Estado, Deputado Homero de Miranda Leão.
Autoridades
Minhas Senhoras
Meus Senhores
Ilustrados consócios
Senhor Professor Doutor Arthur Cezar Ferreira Reis, Presidente Perpétuo do Instituto.
Curvo-me resoluto perante Vossa Excelência – Professor Arthur Reis, para manifestar em nome do seu Instituto Histórico, da minha geração amazônica, e de todos que acompanham nosso trabalho nesta Casa de Bernardo Ramos, os agradecimentos sinceros pela sua presença em meio de nós, e mais que isso, pela força majestática de sua autorizada palavra e o enlevo incandescente de seus conhecimentos, mais uma vez aqui transmitidos.
Guardam nossa Casa, como guardam os mais antigos, ainda na lembrança os passos apressados – sempre, porém seguros e dedicados, de Vossa Excelência, no dia-a-dia do Instituto, quer como seu Sócio, quer na Secretária, e ainda depois, quando na administração maior do Estado, deu-nos efetiva participação do Governo, para nossas instalações. O ar que aqui se respira, senhor Presidente Perpétuo, é ainda, como o de antanho, o de profunda dedicação aos estudos e a integridade amazônica, porque em nós, como nos que antecederam, está viva a força magnética que fez criarem este Sodalício, em 1917: o culto à história, à geografia e à verdadeira pesquisa.
Quando em 1974 apresentei a proposta de tornar Vossa Excelência, pelo Estatuto que se implantava, ao lado do Professor Agnello Bittencourt, Vice-Presidente Perpétuo, fui apenas o agente dinamizador da vontade de todos os membros do Instituto, em reconhecimento ao saber que possui, à confiança que inspira pelos trabalhos todos que faz, à serenidade com que enfrentou a administração pública, mas, sobretudo, à grande dedicação que sempre teve para com esta Casa – Casa de tantas tradições e de memória, e que guarda nas passagens que se há de contar um dia, a presença marcante do jovem Arthur Cezar Ferreira Reis que, como eu, se iniciou nela ao romper dos primeiros anos da vida adulta e fez – como espero poder fazê-lo, uma dedicação permanente. Vossa Excelência alcançou por méritos que não se preciso ressaltar, pois são da maior notoriedade, as culminâncias do poder cultural, público, político, social, educacional, e os exerceu sempre, como aqui, com serenidade, sinceridade, honestidade, abnegação e resistência.
Os aspectos de sua formação cultural e aprimoramento moral foram ressaltados quando da sua apresentação a este público, pelo amigo e dedicado amazonense, Ulysses Bittencourt, que também respira o ar mais puro das mais caras tradições do Instituto. Cumpro com estas palavras e com vênia de Vossa Excelência, o grato dever de encerrar a Semana de Estudos Afro-Brasileiros que fizemos desenvolver neste Salão, reunindo as mais gratas inteligências que pudemos agregar em tão curto espaço de tempo – Gilberto Freyre – sociólogo de Apipucos e do Brasil: Mário Ypiranga Salles, o antropólogo, e principalmente musicólogo, amigo de outras tertúlias e Vossa Excelência, a quem tributamos todas as honras do Sodalício e destes amigos seus aqui reunidos, e dos professores, e universitários.
O esforço despendido para o êxito desta Semana de Estudos – Meus senhores, alcança muitos setores da administração pública, da Universidade do Amazonas, da ADESG/AM, da Fundação Joaquim Nabuco – Coordenadoria da Amazônia, da SUFRAMA, mas especialmente, a pessoa do Governo em exercício, aqui presente, Doutor Paulo Pinto Nery, que, na qualidade de Presidente da Comissão do Patrimônio Histórico, tornou possível a participação de tão brilhantes conferencistas, e com seu ânimo pessoal, renova a coragem em nossos empreendimentos.
Com esta Semana de Estudos damos – Professor Arthur Reis, Autoridades, Senhores Meus – o primeiro e mais largo passo da nossa administração na Presidência do Instituto, apenas iniciada em janeiro passado. Cremos poder, pela graça daquele que a tudo preside, com o entusiasmo da juventude de nossos dias, e com a contribuição participativa de toda a sociedade amazonense e principalmente da classe de professores e universitários, impor, pela ação, ao Instituto, o ritmo que se exige em nossos dias da Casa de saber e dos homens de inteligência. Somos um grupo que se reanima – internamente no Instituto e aqueles que daqui se afastaram pelo desencanto de outras lides, pela desesperança, pelo descrédito, aqui se encontram e poucos ainda se mantêm afastados, porém aqui reingressaram, e quando o fizerem estarão no Instituto Histórico fundado em 1917, porém voltado para os anos 80, mas sem ter perdido a sua identidade, as suas tradições mais sinceras e originais e a sua conformação cultural e social.
Senhor Presidente Perpetuo Arthur Cezar Ferreira Reis, é este o ânimo com que presidimos o Instituto, porque cremos ter sido este mesmo que o fez nascer e o determinou até nossos dias. Dei-lhe com estas palavras, como a todos que aqui se encontram, a conformação de um perfil que nos dedicamos a emprestar ao nosso Instituto.
Agradeço-lhe a digna honraria de, na presidência deste jovem que ainda vê os primeiros calões dos 30 anos, ter retornado a esta Casa após longos anos – embora indesejados por Vossa Excelência e retorno a palavra a Vossa Excelência, para, na qualidade de Presidente perpétuo, encerre a sessão, declarando-me, em nome de todos os demais sócios, rejubilado pelo acontecimento.
Discurso como presidente do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, na solenidade de homenagem ao presidente perpetuo, Dr. Arthur César Ferreira Reis.